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HomeTemplo de Estudos MaçônicosA Estrutura Doutrinária do Rito Brasileiro

A Estrutura Doutrinária do Rito Brasileiro

Em cinco segmentos se estrutura o Rito Brasileiro:

1) as Lojas Simbólicas, inteiramente dedicadas ao Simbolismo – consagrando-se o Grau 1 à fraternidade humana, exemplificada na união dos Irmãos (lição fundamental que todos os Maçons, sem exceção, permanentemente praticam); o Grau 2, à exaltação do trabalho construtivo e ao estímulo da solidariedade maçônica (trabalho e solidariedade iluminados por superior sentimento de espiritualidade, emanado da Estrela Radiante); e o Grau 3, consagrando o princípio de que a vida nasce da morte (ademais, típico de ortodoxia, sem o qual um Rito não poderia ser considerado maçônico);

2) os Capítulos (com ou sem Lojas Complementares) dedicados ao estudo da Filosofia Moral, distribuído em 15 graus, cada um com tópico especial – 14 virtudes – admitindo vastas considerações, culminando com o Grau Rosa-Cruz, de conteúdo moral-espiritual inexcedível, degrau capitular máximo;

3) os Grandes Conselhos, dedicados aos estudos dos magnos problemas nacionais e da Humanidade, 12 graus, abordando, em uma classe inicial (grau 19 a22) aspectos ligados à economia, em uma segunda classe (grau 23 ao 26), aspectos ligados à organização da Sociedade, e, afinal, em terceira classe (grau 27 e 30), dedicando-se à Arte, à Ciência, à Religião e à Filosofia;

4) os Altos Colégios dedicados ao Bem Publico e ao Civismo – estudando e praticando aquilo que Palmeira denominou de Política Perene, a abordagem de assuntos políticos, tratados elevadamente, sem injunções partidárias;

5) o sumo Grau 33 – máximo na hierarquia do Rito – de caráter administrativo, mas dotado do que em linguagem contemporânea se denomina de holismo, ou seja, tendência de síntese em grau superior.

Há, pois, uma estruturação muito bem estabelecida, com um fim todo especial: o aperfeiçoamento dos Maçons. Esse o grande objetivo do Rito, aperfeiçoar-nos.

 

Nas Lojas Simbólicas

Um Obreiro do Rito deve ter essa estrutura em conta – sempre. Em especial aqueles que presidem as diversas Oficinas Simbólicas ou Filosóficas. Conforme afirmado – nosso Rito distingue-se dos Ritos Irmãos justamente por possuir essa estruturação, cada segmento dedicado a um campo especial, com um fim específico: o aperfeiçoamento do Maçom. Não nos cabe salvar ou modificar a Humanidade, nem a Pátria. Cabe-nos o aperfeiçoamento pessoal que, ocorrendo, sem dúvida alguma significará também progresso para a Pátria e a Humanidade.

Nas Lojas Simbólicas, cabe que o Venerável dê a seus Irmãos informações que permitam dominar técnicas ligadas a exercícios de simbolismo. Não é pouco trabalho, ainda mais quando se compreende a força dos símbolos na conversão dos homens, considerada a influência dos símbolos na mente e nos corações do iniciado. Cá entre nós – é muita tarefa. Desviar-se ou distrair-se com outras ocupações é perder eficiência.

Sabemos da existência de respeitáveis correntes que consideram importantíssimo que uma Loja Simbólica tenha atividades as mais variadas – que as tenha! Sim, em uma Loja Simbólica deve haver variedade de trabalhos: a convivência social dos irmãos e familiares; a filantropia; o trabalho com a juventude; a participação nos acontecimentos da comunidade civil – tudo bem – mas sem nunca esquecer que, para realmente esta cumprindo a missão maçônica proposta, é necessário que os Obreiros estejam assimilando os ensinamentos mencionados, ou empenhando-se segundo as virtudes que eles representam, a saber – fraternidade, trabalho construtivo, solidariedade, imortalidade.

Em outras palavras – não cabe a uma Loja Maçônica, preponderantemente, dedicar-se à discussão de assuntos políticos, mesmo que enquadrados no conceito de Política Perene (isto estaria melhor em um Alto Colégio); nem cabe dedicar-se ao estudo dos magnos problemas nacionais e da humanidade (isto estaria melhor em um Grande Conselho); nem mesmo estudar, filosoficamente, as virtudes (posto que, no simbolismo, estudam-se as virtudes com emprego de símbolos e não diretamente pela especulação filosófica, trabalho reservado aos Capítulos e Lojas Complementares).

O tema é interessante – fundamental para quem queira praticar ou interpretar a doutrina do Rito.

 

Fonte: Jornal “O Semeador” nº 29 referente a jan/fev/março de 1992.
http://www.irmaosdaordem.com.br/a-estrutura-doutrinaria-do-rito-brasileiro/

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