SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO
II. A MAÇONARIA, SEUS PRINCÍPIOS
III. A IDEOLOGIA DE GÊNERO, A MORTE DA FAMÍLIA
IV. MAÇONARIA X IDEOLOGIA DE GÊNERO: INCOMPATIBILIDADES
V. PROPOSIÇÕES
VI. CONCLUSÃO
I. INTRODUÇÃO
Preliminarmente, agradeço a Diretoria da Loja Maçônica União e Silêncio nº 1582, jurisdicionada ao Grande Oriente do Distrito Federal e federada ao Grande Oriente do Brasil, por intermédio do seu Venerável Mestre Helio Pereira Leite Filho, por ter incluído na agenda cultural da Loja esta palestra, que tem por finalidade precípua apresentar aos maçons os malefícios da Ideologia de Gênero( a mais perversa e radical ideologia de nossos tempos, que tem por objetivo maior a destruição da família), bem como demonstrar suas incompatibilidades com os princípios que norteiam a nossa Sublime Ordem
II. A MAÇONARIA, SEUS PRINCÍPIOS
Definição de Maçonaria
“ A Maçonaria é uma sociedade fraternal, que admite todo homem livre e de bons costumes, sem distinção de raça, religião, ideário político ou posição social, suas principais exigências são que o candidato acredite em um principio criador, tenha boa índole, respeite a família, possua um espírito filantrópico e o firme propósito de tratar sempre de ir em busca da perfeição, aniquilando seus vícios e trabalhando para a constante evolução de suas virtudes.
1.Princípios Maçônicos – síntese
a) Não impõe limites à investigação da verdade.
b) Condena o despotismo e trabalha incessantemente para unir a espécie humana pelos laços do amor fraternal.
c) Impõe o culto a Pátria, exige respeito absoluto à família e não admite a menor ofensa nem a uma nem a outra.
d) Cada Loja é um templo sagrado, sob cuja abóbada os homens livres e de bons costumes devem reunir-se fraternalmente, procurando conseguir o bem da humanidade.
e) A maçonaria é acessível aos homens de todas as classes, crenças religiosas e convicções políticas, com exceção daquelas que privam o homem de liberdade de consciência e exijam submissão incondicional aos seus chefes.
Maçonaria e família
A Maçonaria mantém instituições paramaçônicas, que atuam para o fortalecimento da família, como célula mater da sociedade; dentre elas podemos citar:
a) Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul
Criada em 1967 pela Lei nº 30, patrocinada pelo Grande Oriente do Brasil e vinculada a uma ou mais Lojas Maçônicas da Federação, que atuam como instrumentos de integração e fortalecimento da família, instituição considerada pelos maçons como de importância primordial.
Objetivam as fraternidades femininas promover, por todos os meios ao seu alcance, o bem-estar da família das associadas, incentivando sua integração na comunidade; estimular a prática da fraternidade entre as famílias associadas, dando ênfase às famílias dos maçons falecidos e inválidos.
a) Filhas de Jó
A Ordem Internacional das Filhas de Jó foi criada em 20 de outubro de 1920 pela sra. Ethel T. Wead Mick, na cidade de Omaha, Estados Unidos.
O principal objetivo desta Ordem é reunir moças de 11 a 18 anos, que tenham parentesco ou relacionamentos com maçons, para aperfeiçoamento do seu caráter, através do desenvolvimento moral e espiritual, encontrado nos ensinamentos que destacam a reverência a Deus e às sagradas escrituras, lealdade com a bandeira do país e às coisas que ela representa.
b) Ordem De Molay
A Ordem De Molay, instituição paramaçônica ligada a Maçonaria, mantida por uma Loja Maçônica, que reúne jovens do sexo masculino até os 21 anos de idade. Depois deste limite de idade o de molay alcança a categoria de Sênior de Molay e passa a fazer parte do Conselho Consultivo.
c) Ação Paramaçônica Juvenil
Projeto do Grande Oriente do Brasil voltado para a juventude maçônica, tem por proposta despertar nos jovens atitudes nobres, através de atividades ligadas ao civismo, música, canto, dança, artes cênicas, pintura, literatura e poesia, integrando-se na formação plena de cidadãos cultos, responsáveis, honrados e ajustados.
Tem por objetivo congregar jovens de ambos sexos, dos 7 aos 21 anos, com o propósito de lhes oferecer uma alternativa de vida social, paralela à educação convencional, com inspiração nos preceitos maçônicos.
d) Estrela do Oriente
É uma organização paramaçônica fraternal da qual fazem parte homens maçons e mulheres de bons princípios, tendo como propósito ressaltar os valores morais e espirituais, além de edificar o caráter, educar, exercer a caridade e servir ao próximo.
Foi fundada em 1850 por Robert Morris, teve grande crescimento e hoje atua em quase vinte países, com mais de um milhão de membros. São integrantes os aparentados de maçons regulares, acima de 18 anos, e suas reuniões são realizadas em Templos Maçônicos.
e) Ordem Internacional do Arco-Íris para Meninas
Esta Ordem ajuda a promover a autoestima e liderança de seus membros. As garotas aprendem a importância do comportamento (etiqueta), oratória, nas reuniões conduzidas por elas com a presença de uma tutora.
f) Lowtons
Assim são chamados os filhos de maçons, que são adotados por uma Loja Maçônica.
Princípios legais maçônicos
a) Sustenta que os maçons têm os seguintes deveres essenciais: amor à família, fidelidade e devotamento à pátria e obediência à lei.
b) Condena a exploração do homem, os privilégios e as regalias, enaltecendo, porém, o mérito da inteligência e da virtude.
c) Combate a ignorância, a superstição e a tirania.
d) A exclusiva iniciação de homens.
Requisitos para admissão na Maçonaria
a) Ser do sexo masculino, maior de dezoito anos, ser hígido.
b) Ser de bons costumes, reputação ilibada e não professar ideologia contrária aos princípios da Ordem.
c) Não poderá ser admitido na Ordem maçônica nenhum candidato que não se comprometa, formalmente e por escrito, a observar os princípios da Ordem.
Landmark nº XVIII – Albert G. Mackey
“Por este landmark, os candidatos à iniciação devem ser isentos de defeitos ou mutilações, livres de nascimento e maiores. Uma mulher, um aleijado ou um escravo não podem ingressar na Ordem;”
Pontos de reconhecimentos estabelecidos pela Grande Loja Unida da Inglaterra, para reconhecer uma Grande Loja (potência maçônica).
Ponto nº 4: “A Grande Loja e as suas Lojas, particularmente, são compostas apenas por homens; também não poderão manter relações com lojas mistas ou femininas.”
III. A IDEOLOGIA DE GÊNERO, A MORTE DA FAMÍLIA
Conceito de ideologia
Ideologia é um sistema fechado de ideias que se postula como modelo através do qual toda a vida humana em sociedade deve ser restruturada.
Em termos simples, uma ideologia é um corpo doutrinal fechado, com pretensões de oferecer uma explicação de toda a realidade, e, por isso, oferecer pautas universais de comportamento.
Exemplo: A ideologia nazista baseou-se na premissa da superioridade racial germânica. Uma premissa falsa,
Contudo, o fato é que a raça ariana não é superior (nem inferior) a nenhuma outra raça humana e, portanto, o nazismo tornou-se impossível, cujos resultados foram catastróficos para a humanidade.
O ideólogo é um fanático, que inculca em seus seguidores seu próprio descometimento; esta atitude é um bom ponto de partida para o “êxito” da ideologia, pois favorece sua expansão e, ao mesmo tempo, oculta os aspectos mais débeis de seu corpo doutrinário.
Conceito de Gênero
É um conceito ideológico que tenta anular as diferenças e aptidões naturais de cada sexo. O gênero é uma construção cultural, por conseguinte, não é nem o resultado causal do sexo nem tão aparentemente fixo como sexo.
O erro fundamental da ideologia de gênero é a negação da natureza humana em matéria sexual, isto porque para seus ideólogos não há um homem natural nem uma mulher natural. Masculinidade e feminilidade são meras construções sociais, que podem (ou devem) ser descontruídas.
O casamento entre um só homem e uma só mulher (heterossexualidade obrigatória) é visto como uma união natural entre dois seres complementares e fecundos, mas como mera convenção da sociedade.
A família é uma instituição a ser abolida. Faz-se isso dando novo sentido a essa palavra. Família deixa de ser o “santuário da vida” e passa a designar qualquer aglomerado de pessoas com qualquer tipo de comportamento sexual, possivelmente incluindo a pedofilia, orientado ou não à procriação. A vida deixa de ser sagrada para ser o produto do encontro casual de um macho e uma fêmea da espécie humana. A promoção do aborto, portanto, é coerente com a defesa da desestruturação da família e faz parte da agenda de gênero.
O Brasil tem se destacado vergonhosamente pelo apoio maciço a essa ideologia, apoiando conferências Nacionais de Gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (GLBT); apoiando as paradas de “orgulho” homossexual; produzindo material “educativo” de “combate a homofobia” e distribuindo-o a crianças e adolescentes nas escolas; apoiando a “união estável” e o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo; lutando perante a ONU e a OEA pela proibição internacional de toda discriminação (justa ou injusta) dos que praticam o vício contra a natureza.
Ideologia de gênero
Segundo Jorge Scala, a ideologia de gênero provavelmente é a mais radical da história, já que, se fosse imposta, destruiria o ser humano em seu núcleo íntimo e simultaneamente acabaria com a sociedade. Além disso é mais sutil porque não procura se impor pela força das armas – como por exemplo o marxismo e o nazismo – mais utilizando a propaganda para mudar as mentes e os corações dos homens, sem aparente derramamento de sangue.
Como toda ideologia, esta, não procura a verdade nem o bem dos outros, mas busca somente a conquista de suas vontades para utilizá-las com um fim específico.
A ideologia de gênero é ambígua. Utiliza o engano como um meio imprescindível para alcançar sua finalidade. O ideólogo utiliza o engano como ferramenta diária de trabalho.
Usa como estratégia a manipulação da linguagem utilizando para isso os meios de propaganda e o sistema educacional formal.
Essa estratégia possui três etapas: a) a primeira consiste em utilizar uma palavra da linguagem comum, mudando-lhe o conteúdo de forma sub-reptícia; b) depois a opinião pública é bombardeada através dos meios de educação formal (escola) e informais (os meios de comunicação de massa); c) as pessoas finalmente aceitam o termo antigo com novo conteúdo.
Locuções da ideologia de Gênero
Essa ideologia possui várias locuções utilizadas para habilmente manipular a linguagem. A principal delas é a palavra que a denomina, isto é, o vocábulo gênero.
Além disso, utiliza numa complexa articulação, outros termos convenientes para completar a argumentação ideológica. Entre eles, destacam: opção sexual, igualdade sexual, direitos sexuais reprodutivos, saúde sexual e reprodutiva, igualdade e desigualdade de gênero, empoderamento da mulher, patriarcado, sexismo, cidadania, direito ao aborto, gravidez não desejada, tipos de família, androcentrismo, casamento homossexual, sexualidade polimórfica, parentalidade, heterossexualidade obrigatória, e homofobia.
Como se pode ver, trata-se de uma linguagem de características esotéricas, cuja função é assegurar a confusão.
Pretende-se sustentar que existe um sexo biológico, com o qual nascemos, e, portanto, é definitivo; mas, ao mesmo tempo, toda pessoa poderia construir livremente seu sexo psicológico ou gênero.
No começo são usados os termos sexo e gênero de modo intercambiável, como se fossem sinônimos e depois, quando as pessoas já se acostumaram a utilizar a palavra gênero, vai se acrescentando imperceptivelmente o novo significado de “sexo construído socialmente”, como contraposição ao sexo biológico.
O processo final será simples mortais falando de gênero como uma autoconstrução livre da própria autoconstrução, ainda quando isso não seja possível.
Segundo essa ideologia a liberdade para “construir” o próprio gênero deve ser interpretada como sinônimo de autonomia absoluta. E esta em dois sentidos simultâneos: 1) cada um interpreta o que é ser homem e o que é ser mulher como queira, interpretação que o sujeito, além disso, poderá variar quantas vezes achar conveniente; e 2) cada pessoa pode, escolher aqui e agora, se quer ser homem ou mulher – com o conteúdo subjetivo que ela mesma tenha dado a esses termos – e mudar de decisão quantas vezes quiser.
Essa escolha absolutamente autônoma é denominada “opção sexual”.
Não construção do gênero, portanto, intervém também a percepção que o resto da sociedade tem sobre o que é ser homem ou ser mulher. Por isso se afirma que o gênero seria o “sexo construído socialmente”.
Neste caso o Estado deveria facilitar os meios para que cada pessoa satisfizesse seus instintos sexuais ao seu gosto. E seria permitido a todo adolescente dar um consentimento válido a qualquer forma de trato genital.
Esse exercício sem limites e os meios para evitar as gravidezes e doenças de transmissão sexual são chamados direitos sexuais reprodutivos
A saúde sexual e reprodutiva seria o exercício sem limites da sexualidade apetecida por cada um, sem contrair nenhuma doença.
A desigualdade de gênero é a que ocorre quando os homens estão a cargo da vida pública, do poder político e do trabalho, e as mulheres, da vida privada, da procriação e da educação dos filhos.
Por isso, a maternidade é vista como um mal intrínseco pelo feminismo radical que reivindica o direito ao aborto.
O empoderamento da mulher tenderá a superar a desigualdade de gênero ao torna-la participante do poder político, do trabalho e da vida pública.
A igualdade de gênero, ao contrário não é a igualdade de dignidade e de direitos entre mulheres e homens. A igualdade de gênero significa que nós, mulheres e homens, seríamos iguais, mas no sentido de sermos idênticos, ou seja, absolutamente intercambiáveis
Sexismo, seria qualquer limite imposto a conduta sexual; por exemplo, a proibição da prostituição, da pornografia, da esterilização voluntária, da homossexualidade etc. , todas essas seriam lei sexistas.
Se cada um constrói seu gênero autonomamente, sem restrição alguma, é tão válido ser heterossexual, transexual, travesti, transgênero e tudo o que conceberá a imaginação mais fecunda.
Homofobia, seria considerar que as relações naturais entre os seres humanos são relações heterossexuais, pois isso implicaria ter fobia a igualdade – entendida com identidade – entre os gêneros…
Agenda de gênero
A agenda da ideologia de gênero tem o apoio de grupos ativistas todos inter-relacionados ou com interesses comuns, quais sejam: 1) controladores de populações; 2) libertários sexuais; 3) ativistas dos direitos dos homossexuais; 4) os que apoiam o multiculturalismo ou promovem o politicamente correto; 5) ambientalistas extremistas; 6) progressistas neo-marxistas; 7) pós-modernistas ou desconstrucionistas.
A agenda de gênero tem apoio de liberais influentes nos governos e de certas corporações multinacionais.
Organização das Nações Unidas
Na ONU habitam pessoas que acreditam que o mundo necessita de: 1) menos pessoas; 2) mais prazer sexual; eliminação das diferenças entre homens e mulheres; e 4) que não existam mães em tempo integral.
Essas pessoas, têm como receita para salvar o mundo: 1) anticoncepcionais grátis e aborto legal; 2) promoção da homossexualidade (sexo sem bebês); 3) cursos de educação sexual para promover a experiência sexual entre crianças e ensiná-las como obter contraceptivo e abortos, que a homossexualidade é normal e que homens e mulheres são a mesma coisa; 4) eliminação dos direitos dos pais, de forma que estes não possam impedir as crianças de fazer sexo, de ter educação sexual, de ingerirem anticoncepcionais e fazer abortos; 5) cotas iguais para homens e mulheres; 6) todas as mulheres na força de trabalho; 7) desacreditar todas as religiões que se oponham a esta agenda.
Esta é a “perspectiva de gênero” e pretendem “implementá-la” em todos os programas, em todos os níveis e em todos os países
Agenda de gênero no Congresso Nacional Brasileiro
Em 2003 o então senado Sergio Cabral entrou com a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) nº 70 visando alterar o parágrafo 3º do artigo 226 da Constituição Federal para permitir a união estável entre casais homossexuais.
Por conveniência eleitoral, em disputa pelo cargo de governador, pressionado, requereu o arquivo de sua proposta.
Em 2008, já eleito governador Sergio Cabral entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal pedindo que fosse reconhecida a união estável dos funcionários púbicos estaduais do Rio de Janeiro.
Em 2011, diante da aprovação do casamento gay pelo STF, onde uma das ações aceitas foi a proposta por Sergio Cabral, em 2008, alguns líderes evangélicos e católicos e jornais que o apoiaram na sua eleição e reeleição permaneceram em silêncio sepulcral.
Existe atualmente uma resolução do Conselho Nacional de Justiça, órgão de controle externo das atividades do judiciário, que obriga todos os cartórios do país a cumprirem a decisão do STF de maio de 2011, de realizar a união estável de casamento de casais do mesmo sexo. Além disso, obrigou a conversão de união estável em casamento civil e também a realização direta de casamento entre pessoas do mesmo sexo. Porém, ainda não existe nenhuma lei no país que regulamente este assunto.
Atualmente, há 17 projetos em tramitação no Congresso Nacional tratando das relações entre homossexuais. Dessas propostas, 16 estão sob análise da Câmara dos Deputados e uma, do Senado, este de autoria da ministra da cultura, Marta Suplicy, histórica defensora do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Um dos projetos apresentados na Câmara é de autoria do ex-deputado federal Maurício Rands, atual coordenador do programa de governo de Marina Silva. Sua proposta apresentada em 2005, permite que companheiros homossexuais sejam incluídos como dependentes de segurados do INSS. Outros deputados também já tentaram criar dispositivos para facilitar a união gay, como Jean Wyllys (PSOL-RJ), José Genoino (PT-SP) e Clodovil Fernandes (PTC-SP).
Por outro lado, há três projetos que pedem a revisão da decisão do STF que reconheceu com entidade familiar a união entre pessoas do mesmo sexo, apresentados pelos deputados João Campos (PSDB-GO), Arolde de Oliveira (PSD-RJ) e Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), integrantes da bancada evangélica. Feliciano, que gerou protestos de militantes de movimentos sociais na época em que presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, também apresentou projeto que convoca plebiscito sobre o “reconhecimento legal da união homossexual com entidade familiar”.
Como surgiu a ideologia de gênero (antecedentes históricos)
1) Ideólogos da “revolução social”, transferem a “luta de classes” para uma pretensa “luta de sexos”, onde a mulher seria a classe oprimida e o homem seria a classe opressora. A síntese de superação seria alcançada com a “liberação sexual”, isto é, exercendo a genitalidade sem nenhum tipo de freio ou limite.
2) Construtivistas sociais, agir no sentido de descontruir o modelo cultural anterior, de modo que o modelo que se propõe implica que a sexualidade deve configurar todos os aspectos da cultura.
3) Existencialistas ateus, como por exemplo, Simone de Beavoir contribuiu com uma ideia-chave: não se nasce mulher, mas você se torna mulher, não se nasce homem, mas você se torna homem. O gênero seria, então uma construção sociocultural. As hierarquias deveriam ser eliminadas, em todas as instâncias da vida privada e pública, impondo-se relações igualitárias entre os seres humanos diferentes.
4) Feminismo de gênero.
No começo dos anos 70 do século passado, nasce nos EUA uma nova corrente de feminismo que supera o primeiro – o da igualdade como os homens -, o chamado “feminismo de gênero”, que tem por característica fundamental: organizar a eliminação das classes sexuais, para tanto é necessário que a classe oprimida se rebele e assuma o controle da função reprodutiva.
O gênero é – exatamente – o corpo conceitual que permitiria eliminar a diferença entre os sexos. Para tanto, a mulher deve ser liberada do papel de mãe e educadora, através da contracepção e do aborto e da transferência da responsabilidade da educação dos filhos para o Estado.
A partir dos anos 80 a aliança entre as feministas de gênero e o lobby homossexual se tornou cada vez mais profunda. Esse pacto os obrigam, por razões estratégicas, a recolocar seu discurso radicalmente contrário ao casamento e à família, realçando novas formas de união entre os sexos, dando origem as novos tipos de família – concubinato, casamentos gay, casais de swingers, “família monoparental” etc.
Aborto
Os abortistas se definem como partidários da “liberdade de escolha”. Ocorre que no caso do aborto, o que está sendo escolhido é matar o próprio filho. O filho, porém, não escolhe morrer, mas é sua mãe quem resolve matá-lo sem perguntar sua opinião a respeito. Esse direito de escolha é uma evidente manipulação da linguagem, porquanto eles reivindicam a liberdade para matar seus próprios filhos, o que é algo muito diferente pela simples razão de que ninguém poder ter liberdade nem o direito de matar nenhum outro ser humano.
A ideologia de gênero utiliza várias palavras “talismãs”, tais como: opção (sexual), igualdade (sexual e de gênero), direitos (sexuais e reprodutivos), saúde (sexual e reprodutiva) etc.
A Ideologia de gênero é uma ideologia feminista
As feministas radicais e de gênero acreditam que os homens inventaram a história, a ciência e a religião para oprimir as mulheres e que as mulheres devem reelabora-las para conseguir sua liberação
Para elas a pergunta é: “a natureza do homem e da mulher, a maternidade, a paternidade, a masculinidade, a feminilidade, a heterossexualidade e o casamento são realmente papéis de gênero construído socialmente?”
Para tanto partiram de um preconceito necessário: negar a natureza humana e conceber, portanto, cada ser humano como essa massa informe que deve ser modelada e dotada de sentimento mediante um processo ideológico-político de reengenharia social.
O objetivo político do feminismo radical consiste exatamente em alcançar uma mudança cultural para “redefinir” o conceito de pessoa, de tal modo que seja permitido à mulher competir com o homem na conquista do poder politico. Para conseguir tal fim, pretendem estar em igualdade de condições com os homens, mas dita igualdade é entendida como homogeneidade absoluta, tal como se dá entre duas gotas de água, e não uma igualdade em dignidade, direitos ou natureza.
O feminismo radical pretende edificar uma nova sociedade. Reconhece o patriarcado como seu principal inimigo. A luta contra o patriarcado justifica a existência do feminismo radical ou, o que dá no mesmo, este pretende construir uma cultura feminista – capaz de substituir a cultura patriarcal (masculina) – que abarque tudo e que obtenha definitivamente a submissão dos homens por parte das mulheres.
Trata-se de mudar o mundo para libertar a mulher. Para isso é necessário eliminar a natureza. E isso se consegue eliminando o casamento e a família tradicional. E isso se consegue fazendo lésbicas homossexuais e bissexuais desde o berço. O sexo é unicamente para o prazer. As relações sexuais devem ser polimorfas e livres. O aborto livre também. Tudo vale neste novo mundo do gênero…
Concepção da Ideologia de gênero
A ideologia de gênero foi concebida pelo movimento feminista radical, cuja visão de mundo é a de que o homem teria dominado a mulher ao relega-la à vida doméstica e privada, reservando para si a exclusividade da vida pública, profissional e política. Para se obter a igualdade dos sexos a mulher teria que disputar o poder político em igualdade de condições com os homens, para o qual a mulher deveria ser incorporada ao mundo do trabalho e à vida pública em igualdade absoluta como o homem. Isto implica numa luta contra o homem e, portanto, é necessário elaborar uma estratégia para ser aplicada adequadamente, um instrumento eficaz de luta. Esse instrumento é a ideologia de gênero.
Consequências da Ideologia de gênero
1. Não haveria mais homem ou mulher; seríamos todos – na mesma medida – sexualmente polimorfos.
2. Todos os modos de relações sexuais teriam igual valor antropológico e social.
3. Eliminação do casamento, porque toda união sexual teria o mesmo valor.
4. Eliminação da família, porque qualquer união sexual origina um novo tipo de “família”
5. Eliminação da sociedade, por destruição de sua célula básica
O ser humano existe em duas versões – mulher e homem
A percepção que se tem é a que vincula de modo indissolúvel a feminilidade com a maternidade e também a masculinidade com a paternidade. Estes vínculos é que definem o próprio do ser mulher e do ser homem, ou seja, a causa de sua existência no plano da natureza é exatamente a paternidade e a maternidade.
Mulher e homem. Suas diferenças
Como existem dois modos de seres humanos – homem e mulher -, os caracteres essenciais se dão em duas versões diferentes. Por isso, a composição dos cromossomos do código genético masculino (xy) difere do feminino (xx); existem igualmente assimetrias anatômicas e fisiológicas nos corpos do homem e da mulher. De modo semelhante, mas com uma complexidade e diferenças maiores, existe um modo de pensar, de amar e de sentir masculino e outro, diferente, feminino.
Gênero, conceito ideológico
O gênero é um conceito ideológico, utilizado com fins de “reengenharia social”.
Portanto, o “êxito” da ideologia de gênero está em que é polifuncional. Com efeito é útil para:
a) Toda pessoa ou grupo que pretende ter um poder hegemônico sobre determinada sociedade, pois idiotiza e narcotiza a maioria dos cidadãos;
b) Os países ricos, que pretendem manter sua hegemonia geopolítica mediante o controle de natalidade nos países pobres;
c) As feministas de gênero, em sua luta dialética contra os homens;
d) O loby homossexual, que encontra aqui uma justificação pretensamente científica de seus desvios;
e) Os “profissionais” que vivem da difusão desta ideologia: certos burocratas da ONU, organismos multilaterais e internacionais e de diversos governos, sexólogos, psicólogos, sociólogos, , trabalhadores sociais, docentes, terapeutas sexuais, “direitoshumonólogos” etc.;
f) Aqueles que lucram com a indústria do sexo: rufiões, pornocratas, traficantes de mulheres e de menores, travestis, fabricantes de contraceptivos et;
g) Os meios de propaganda, pois necessitam de um povo que não tenha aprendido a pensar para que absorva sem críticas as ideias que propagam.
A ideologia de gênero como ferramenta de poder
Como já dito a ideologia de gênero é uma ideologia totalitária. É uma nova antropologia, que pretende criar um novo ser humano, para então expandir-se e informar a totalidade da vida social
Durante o século passado, as ideologias marxista e nazista foram também totalitárias: ambas pretenderam criar um “homem novo”, à custa de constantes banhos de sangue.
A ideologia de gênero procura impor-se de forma totalitária através do exercício do poder absoluto, especialmente em nível supranacional – para daí penetrar em diferentes povos e nações -, através do controle dos meios de propaganda e de desenvolvimento cultural.
A construção da cidadania
Se as feministas de gênero propõem uma espécie de “guerra” contra todos os homens – considerados como a classe opressora -, necessitam de uma “massa crítica” de adeptos, proporcional ao objetivo proposto. Como os homens estão descartados por definição, essa “massa crítica” só pode sair da classe “oprimida”, ou seja, mulheres e “minorias sexuais” masculinas – homossexuais, travestis, pederastas etc. O meio escolhido para conseguir essa adesão à causa é a chamada “construção da cidadania”, que consiste em um processo de quatro etapas:
1º) fazê-los tomar consciência de que são uma classe oprimida;
2º) fazê-los rebelar-se contra o patriarcado, ou seja, contra a ordem opressora constituída;
3º) arrebatar pela força o controle absoluto da procriação – eliminando qualquer figura masculina; e
4º) dominando o mundo do trabalho e o mundo político – nestes últimos pontos, a releitura dos direitos humanos em termos de gênero é uma ferramenta-chave para conseguir tais objetivos.
Cotas de gênero
Para as feministas de gênero somente a inclusão de cotas de participação, que imponham a mesma representação dos sexos em todos os postos de autoridade onde se tomam decisões, pode fazer com que a participação das mulheres na polis seja real e irreversível.
IV. MAÇONARIA X IDEOLOGIA DE GÊNERO: INCOMPATIBILIDADES
A ideologia de gênero tem como primados:
1) Negação da natureza humana em matéria sexual.
2) Masculinidade e feminilidade são meras construções sociais.
3) O casamento entre um só homem e uma só mulher é uma mera convenção da sociedade.
4) A família é uma instituição a ser abolida.
5) A família é qualquer aglomerado de pessoas, com qualquer tipo de comportamento sexual.
6) Apoio ao aborto
7) Defesa da desestruturação da família.
8) Apoio a esterilização e anticoncepção.
9) Entende o gênero como o “sexo construído socialmente”.
A Maçonaria tem como princípios:
1) Somente iniciar homens livres e de bons costumes, o que impede a iniciação de homossexuais.
2) Apoia e defende a manutenção da família celular, natural ou tradicional.
3) Mantem projetos voltados para a família, para as esposas e filhos de seus obreiros.
4) É contra a pena de morte, inclusive de nascituros.
5) Reconhece a existência de homem e mulher como únicas espécies humanas.
6) Promove o reconhecimento e ou consagração matrimonial de seus obreiros e respectivas esposas.
7) Respeita e protege e enaltece a esposa de seu obreiro.
8) Protege, educa e apoia a infância e a juventude dentro de princípios éticos e morais, de acordo com a doutrina e a filosofia que constituem as vigas mestras de seu ordenamento esotérico.
9) Reconhece a existência de apenas dois sexos: o feminino e o masculino, a maternidade, a paternidade e a concepção de filhos.
A Maçonaria considera, portanto, a Ideologia de Gênero totalmente incompatível com os princípios basilares por ela preconizados e seguidos.
V PROPOSIÇÕES
Em face destas informações ora apresentadas e considerando que nós maçons somos considerados construtores sociais, obreiros da Arte Real, buscadores da verdade, livres e de bons costumes, só nos resta propor o seguinte:
1º) sugerir as autoridades maçônicas a promoção de debates em Lojas Maçônicas sobre a Ideologia de gênero.
2º) Sugerir as autoridades maçônicas que promovam seminários de estudos no âmbito das entidades paramaçônicas (fraternidades femininas, Ação Paramaçônica Juvenil, Capítulos De Molay etc.), sobre a ideologia de gênero, suas incompatibilidades com os princípios da Maçonaria e suas consequências funestas.
3º ) Sugerir aos Veneráveis Mestres que cumpram rigorosamente os preceitos estabelecidos em Landmarks e demais preceitos maçônicos, no que diz respeito a iniciação somente de homens livres e de bons costumes.
V. CONCLUSÃO
A nossa esperança é que esta ideologia de gênero, como todas as demais ideologias totalitárias, por ser falsa em suas premissas e contrária a natureza humana sucumba e desapareça, não sei como e nem quando. Somente sei que os seus efeitos já estão causando e causarão prejuízos irreparáveis à família e a sociedade e por isso a Ordem Maçônica por meio de nossas autoridades tem o dever de se posicionar, pelo menos internamente, com relação a esta ideologia do mal. E a cada um de nós nos cabe a obrigação de bem conduzir nossas famílias, dentro dos sadios princípios cristãos e maçônicos.
Bibliografia.
1. Ideologia de Gênero – O neototalitarismo e a morte da família, Jorge Scala, 2011, Artpress.
2. Internet
Fonte: JB News