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A MÍSTICA DO NÚMERO 13

Você é supersticioso e acredita que o número 13 dá azar? Tem muita gente que acredita. Se a vaga na garagem tem esse número ele não bota o carro lá de jeito nenhum. Prefere deixar na rua, arriscando ser roubado do que enfrentar a nóia do número 13. Conheço prédios que não tem o 13º andar. Pulam do 12 para o 14 direto. Um corretor de imóveis me disse que apartamentos no 13º andar são mais difíceis de vender.

Dizem que a tradição de considerar o número 13 um número maléfico vem do tempo da velha Roma. É que no antigo calendário romano os dias de lua cheia, por definição, dias de azar segundo uma antiga superstição daquele povo (os dias de ides), caiam, na sua maior parte, no dia 13 de cada mês. Nos ides, (lua cheia), diziam os romanos, aconteciam as transformações más (o lobisomem, por exemplo). Assim, a superstição está mais relacionada com as fases da lua do que com o número, mas lenda é lenda.

Na verdade, ao longo da história, o 13 sempre foi considerado um número mágico, tanto no bom quanto no mau sentido. Homero, na Ilíada, o considerava mau porque Áries, o deus da guerra, ficara preso numa jarra antes de ser libertado por Hermes juntamente com 13 guerreiros. Liberto, o belicoso deus foi logo armando uma guerra entre gregos e troianos. Já Cornélio Agrippa, grande filósofo místico do século XVI o considerava um número sagrado porque foi no décimo terceiro dia do seu nascimento que apareceu no ceú a estrela de Belém, guiando os tres reis magos até a manjedoura onde ele havia nascido. Como ele descobriu essa data ninguém sabe. Mas autoridade é autoridade. Ela fala e agente acredita.

A Cabala admite a existência de treze espíritos malignos e treze vias de misericórdia. Quer dizer, na Cabala os valores do número treze se compensam.

Alguns cristãos místicos dos primeiros séculos do cristianismo tinham horror ao 13, porque ele era o número de Judas. O número de Judas, pela técnica da gematria resulta em 13, e por coincidência ele era o décimo terceiro homem do grupo de Jesus. E foi quem o traiu. Assim, algumas seitas cristãs sequer admitiam mesas com treze pessoas em suas ceias pascais.

A mística da sexta-feira 13.

E tem também a história da sexta-feira 13. É a lenda do número ligada ao dia. Tradicionalmente a sexta-feira já tem a sua mística própria porque é o dia em que Deus acabou a sua criação e descansou. Portanto, é o dia da incerteza. O que aconteceu daí para a frente? Não se sabe o que Deus fez depois disso. Teria continuado a trabalhar? Ou terá ficado deitado eternamente em berço esplêndido como o Brasil? A se julgar pela confusão que existe no mundo hoje, talvez a segunda proposição seja a mais correta.

Historicamente, porém, a lenda da sexta-feira treze está relacionada com um fato histórico. Foi no dia 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, que a polícia do rei Filipe, o Belo, invadiu a fortaleza dos Templários em Paris e botou todo mundo na cadeia. Uma boa parte desses chamados “Cavaleiros de Cristo” acabaram sendo queimados na fogueira. Por causa disso, a sexta-feira 13 se tornaria um dia amaldiçoado.

Porém, a Triscaidecafobia, nome esquisito que foi dado á tradição que considera a sexta-feira treze um dia de azar não tem origem, propriamente, no episódio do ataque feito por Filipe, o Belo, á Ordem do Templo. Isso foi, provavelmente, uma coincidência. Mas serviu para fortalecer a superstição que esse dia é uma data maléfica. Na verdade, a fonte dessa superstição é a própria mística do número 13, que na tradição numerológica tem um grande apelo esotérico. Ele é tido como o número do mal porque vem exatamente depois do número 12, que é considerado o número perfeito, pois este encerra, em si mesmo, um ciclo completo de estruturas simbólicas, como o ano (12 meses), a nação modelo de Deus, Israel (12 tribos), a fraternidade cristã (12 apóstolos), a estrutura cosmológica conhecida pelos antigos astrológos (os 12 signos do Zodíaco), os 12 deuses do Olimpo, etc. Assim, o número 13 simboliza o desequilíbrio dessa ordem perfeita realizada pelo número 12.

O número 12 e a Árvore da Vida.

A tradição de considerar o número 12 um número perfeito vem da Cabala, onde esse número encontra suas maiores aplicações como símbolo representa-tivo de arquétipos espirituais. Segundo os mestres dessa antiga tradição, esse número simboliza a obra de Deus na construção do edifício cósmico. Pois ele é o resultado da combinação interna das quatro letras do nome de Deus, (IHVH), que apresenta como resultado doze possíveis combinações (4.3). Com essas doze combinações Deus construiu o universo, retratado na Árvore Sefirótica. Esta tem dez emanações visíveis (materiais) e duas invisíveis (espirituais).

Assim, as dez séfiras que compõem a Árvore da Vida seriam as dez etapas de manifestação da divindade no universo material e as duas manifestações espirituais são representadas pela séfira oculta, Daeth (O Espírito Santo), e o Cristo, que é a sua manifestação no mundo da matéria. Assim, a tradição cabalística trabalha com a ideia de que a nação de Israel e os seus institutos religiosos e culturais, na forma como foi arquitetada por Moisés (ou por seus rabinos), são uma réplica simbólica do trabalho de Deus na edificação do edifício cósmico. Daí as expressões metafóricas fundamentais presentes em toda a história do povo de Deus: As 12 tribos de Israel, os 12 signos do Zodíaco, as 12 maldições (Deuteronômio, 14; 26), os 12 apóstolos de Cristo, os 12 Juízes, (seis maiores e seis menores), os doze profetas maiores e os doze menores, os (12.12= 144) “assinalados” do Apocalipse de São João, etc.

Daí a ideia de que a aposição de mais um número nessa ordem perfeita teria o condão de desequilibrá-la. Sobrou então para o coitado do número treze, que se tornou, com isso, um número diabólico, que serviria para representar o Opositor na sua tarefa de destruir a Ordem Perfeita construída pelo Criador. Como tal, essa tradição incorporou-se á história dos Templários face á sua prisão ter ocorrido no dia 13 de outubro de 1307, por coincidência, uma sexta-feira. E você, meu Irmão, tem medo do número 13?

Na figura, a Árvore da Vida com suas dez manifestações visíveis e suas correspondências astrológicas, filosóficas e as relações com o Tarô. Daath, o Conhecimento, ou Gnose, é a décima primeira. A Décima segunda, que seria o Cristo, encarnação do Deus vivo, não aparece no desenho da Árvore, sendo ele uma projeção de Daath no mundo da matéria. Outra séfira, maléfica, de número 13, poderia ser desenhada nessa árvore, representando o Diabo, a força que desequilibra a Árvore. No desenho acima ela é mostrada em suas relações com o Tarô.

 

Fonte: http://lojamaconicasaojose14.blogspot.com.br/

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