JOÃO 8·32 e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
- SALMOS 51·6 Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto da minha alma.
A verdade, quantas vezes nos deparamos com esta esquina. Quem já não ouviu ou disse “… é verdade o que você me conta?” aprendi durante minha vida que toda história ou conto tem no mínimo três versões diferentes: a sua a minha e a verdadeira. Sabe por quê? Humanos somos demasiadamente humanos, parodiando Nietzche (Friedrich Wilhelm Nietzsche).
Como somos humanos, a luz da nossa razão é imperfeita, como pode a imperfeição da luz tornar exatidão? Decerto quanto mais puros de sentimento, quanto mais perfeito nosso grau de entendimento mais próximo da verdade estaremos. Não atingiremos nunca, lembra-se da máxima? (somos eternos aprendizes…) isto é uma verdade incontestável.
A verdade no lado simbólico é uma parede a ser levantado tijolo a tijolo, quanto mais evoluirmos mais alto esta parede fica, porem ventos podem soprar derrubar alguns tijolos, assentareis outros, busquei a verdade, e sua obra continuará, mas nunca terminareis esta parede, pois o espaço e o universo assim não o permite.
Pensar meus irmãos que a consciência humana, criação do G.A.D.U., é a principal diferença entre nós e os demais animais que coabitam este nosso planeta, e mesmo assim, conscientemente a destruímos.
Pode ser que procurar respostas sem encontrá-las seja um empecilho, um fardo, especialmente quando tomamos consciência de que jamais encontraremos a verdade! Triste noticia para os que esperavam alcançá-la. Pior ainda se esta informação nos afastar da busca.
O preguiçoso rende-se ao fútil, o falso buscador aquieta-se nesta dificuldade. Embora, intransponível, não deve bastar para deixar a busca de lado Racionalmente, a rendição parece um argumento lógico, razoável. Se a verdade é inatingível, para que insistir na caminhada? Se o objetivo fosse saber a verdade, faria sentido. Mas não é.
Preciso valer-me de analogias para expor meu pensamento. Suponha ser a verdade um objeto, e o nosso conhecimento a luz sobre este objeto. Podemos enxergar a verdade pela nossa luz, pela nossa óptica. Nossa luz precisa ser incolor para não interferir no objeto observado. Se iluminarmos um objeto branco com luz vermelha e perguntar a alguém sua cor, com convicção vai dizer que é vermelho!
É a convicção do limitado ignorante da verdadeira luz. É a certeza daquele que sequer sabe a pobreza da luz, incapaz de refletir sobre outras cores senão o vermelho. Mas se tiver eloquência, se souber trabalhar bem as nuanças das palavras, com oratória e sofismas carregará multidões, cegas pelo vermelho.
Aonde encontraremos o caminho da verdade? Não sei, mas Krishnamurti disse que “decerto não será seguindo as pegadas de ninguém, senão seremos cegos seguindo cegos, nos labirintos das nossas loucuras” Nenhum homem tem a formula da verdade. Temos o caminho da busca.
Ainda utilizando-me da analogia da luz interior, podemos observar a verdade somente com ela. Quanto maior nossa pureza, tanto melhor a qualidade da nossa luz, ou seja: menor interferência no objeto observado. Contemplaremos a verdade com absoluta isenção, todo seu esplendor será refletindo. Mas se somos puros, a verdade estará imersa em nós, daí inexiste a necessidade de observar a verdade, somos parte dela, coexistimos a esse fato.
Não competimos com ninguém nem com nós mesmos. Absorver cada passo da caminhada da nossa vida embriagarmo-nos com ela sem embebedarmo-nos, aprender, ensinar, aprender, ensinar, aprender ensinar. Aprender.
A Maçonaria é um meio, um método eficiente e eficaz de edificarmos um mundo melhor. Paradoxalmente, para conseguirmos um mundo melhor, de paz e evolução que é o nosso objetivo.
A.M. Anderson J Garcia
Bibliografia:
Fundamentos da Filosofia
Sois Maçom? – Editora Madras
Fonte: https://focoartereal.blogspot.com.br/2018/02/a-verdade.html