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Achar, Crer e Saber

Quantos de nós já viu, ouviu, ou até mesmo disse: “batatinha quando nasce, esparrama pelo chão”; e a expressão “cuspido e escarrado”? Conhece ou já ouviu falar de alguém chamado Valdisnei ou Valdinei?

A batatinha não esparrama, ela espalha as ramas pelo chão; assim como o correto é “esculpido em carrara”; e o Valdisnei ou Valdinei é uma adaptação do nome do lendário Walt Disney.

Do mesmo modo em que somos mestres em invencionices, também somos cheios de achismos.

– Acho que o jeito certo é assim…

Lembremo-nos de quem acha é porque não sabe.

O correto seria dizer:

– Acredito que a forma correta é assim…

Ou numa segunda inflexão:

– Penso que a forma correta  é assim…

Tendo minha atenção despertada sobre o assunto durante a leitura do diálogo entre Sócrates e Górgias, onde Platão nos chama à reflexão sobre o poder da retórica e da oratória, faço uma pergunta que serve para toda a nossa caminhada e principalmente sobre a responsabilidade que temos, ou deveríamos ter, ao passar exemplos e instruções:

– O que vou dizer sobre determinado assunto: eu acho, eu creio ou eu sei?

Esqueçamos, pois, os achismos e os achistas e voltemos a Platão, que nos diz que “podemos admitir duas espécies de persuasão: uma que é fonte da crença, sem conhecimento, e a outra só do conhecimento”, mas ele nos chama a atenção de que existem crenças falsas e crenças verdadeiras, e é aí onde se diferem, pois conhecimento só há verdadeiro e que “apesar disto, tanto os que aprendem como os que creem ficam igualmente persuadidos.”

Enquanto desbastamos nossas asperezas, temos uma fonte inesgotável de pesquisa e conhecimento. Muito há para se estudar, e paradoxalmente todo aquele que estuda, sempre chega à conclusão de que quanto mais conhecimentos adquire, mais consciência tem de que não sabe nada. Porém, todo aquele que acha que já sabe alguma coisa, se limita a crer nas coisas que lhe são convenientes.

Mesmo quando não conseguimos “ter” tempo, ou quando sobre algum assunto somos leigos, podemos contar com as comissões, com os grupos de pesquisa, com os grupos de estudo, e com as escolas.

Daí, quando somos agraciados com um círculo de estudos, achamos que estão querendo mudar o imutável, cheio de invenções, vazios de fundamentos, só para atender as vaidades dos comandantes.

Nos choca quando descobrimos que muita coisa que achávamos certo, na verdade eram repetições de uma crença sem conhecimento.

Digo sempre que a ignorância é uma bênção, pois livres e de bons costumes que somos, devemos reconhecer de imediato quando estamos errados, e, sob a ótica dos princípios que nos regem, temos a obrigação de traçar um novo caminho, baseado no conhecimento ora adquirido.

Criticar é mais fácil do que apresentar ideias e é muito mais fácil do que fazer.

Penso que, se eu buscar o conhecimento, mesmo que a princípio só pra mim, quando estiver com menos arestas vou poder dividir o que eu sei, e não o que eu acho. A chave apara adquiri conhecimento é busca-lo, e a chave para perpetuar conhecimento é dividi-lo.

Aos que se dedicam a isto, reafirmo meu compromisso com a aquisição e divisão, sendo assim minha forma de dizer-lhes MUITO OBRIGADO!!!

Autor: Fabrício Iracy Simões

*Fabrício é Mestre Instalado, membro da ARLS Deus, Pátria e Família, 154, do oriente de Corinto, jurisdicionada à GLMMG. 

 

 

Fonte: https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/

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