A Estrela de Cinco Pontas:
O Grau de Companheiro Maçom, não é simplesmente um Grau intermediário, como querem muitos autores maçons. Este Grau tem o seu fundamento no trabalho e sua liturgia assenta-se em vários instrumentos e símbolos, sendo a Estrela de Cinco Pontas um deles, cuja natureza pedagógica passaremos a abordar: A estrela, por ser um corpo celeste com luz própria, sempre foi a “quintessência” do mistério. Hoje, já temos uma visão mais palpável sobre a vida das estrelas, assim como dos demais astros, colhidas através da astronomia e de outras ciências, onde obtivemos conhecimento aprofundado sobre as suas possíveis origens e funções.
Pelo seu mistério, a estrela constitui-se num dos principais Símbolos do 2º Grau, ornamentado as Lojas, fixando-se como símbolo maior do Companheiro, apesar das muitas variações ritualísticas.
O “Pentalpha” é uma figura geométrica construída pêlos pitagóricos, que tomaram por base um triângulo e assim, unindo cinco dessas figuras sobre o pentágono, formaram a estrela de cinco pontas. Os pitagóricos consideraram a figura geométrica alcançada como o “emblema” da perfeição e do supremo saber. Como símbolo maçônico representa a “Fraternidade Maçônica”, que por sua vez almeja a “Paz Mundial, o que redundaria, em essência, no cultivo efetivo do “Amor”.
Exemplo da construção da estrela de cinco pontas pelos filósofos seguidores de Pitágoras:
A Estrela de Cinco Pontas, como emblema maçônico, tem origem no “Pentalpha de Pitágoras”, palavra derivada do grego: “Penta” = “cinco” e “alpha” = “A”, ou seja, a primeira letra do alfabeto grego, que cada triângulo representa, sendo posta em cada uma das faces do pentágono.
Vale ressaltar que a base triangular é largamente usada pela Maçonaria em todas as sua decorações, pelo seu alto significado simbólico, seja no formato dos tronos, dos papéis, dos estandartes, jóias, ornamentos e utensílios.
A Estrela de Cinco Pontas pode também ser chamada de “Pentagrama”, “Pentalpha” e “Estrela Quinária”, mas jamais poderá ser confundida com “Estrela Flamígera” e muito menos com o “Selo de Salomão”. A Estrela Flamígera expele chama e faíscas, enquanto o “Selo de Salomão” é formado por dois triângulos entrelaçados, formando seis pontas.
Ex: “Selo de Salomão”, ou “Estrela de Davi”
A Estrela Flamejante:
A Estrela Flamejante pode ser tanto de cinco, quanto de seis pontas.
Também conhecido como Flamante, ou rutilante, pode ser, em Maçonaria, Pentagonal ou Hexagonal. A Pentagonal, ou Pentagrama, ou pentalfa, ou Estrela de Cinco Pontas está presente na maior parte dos ritos (A de Seis Pontas, está presente no Rito de York).
Ela é, também, um dos símbolos da magia e já foi usada como tal em ritos místicos, hoje quase abandonados. Na magia, de acordo com a sua orientação, ela pode acompanhar as operações de magia branca ou de magia negra: orientada com a ponta isolada para cima, ela significa teurgia (o bem) e conclama as influências celestiais que, por seu poder mágico, virão em apoio do invocador. Com a ponta isolada voltada para baixo, ela significa goécia (o mal) e, de acordo com as intenções do mago, atrai maléficas influências astrais.
A finalidade principal da Estrela Pentagonal é, portanto, testemunhar a obra que está sendo feita: se for uma obra de Luz, a ponta única estará voltada para cima; se for uma ação das trevas, a posição estará invertida. Como símbolo mágico e necessário em todos os trabalhos de magia, a estrela deverá, obrigatoriamente, ser composta por todos os metais e, na sua consagração, devem entrar todos os elementos.
O ocultista Eliphas Levi define bem o significado da estrela flamejante: “é o signo da onipotência e da autocracia intelectual. O signo do Verbo feito carne e, segundo a direção de seus raios, este signo absoluto em magia representa o bem ou o mal, a ordem ou a desordem, o cordeiro bendito de Ormuz e de São João ou o bode de Mendés; é a iniciação ou a profanação, a vitória ou a morte, a luz ou a sombra. Elevado no ar, com duas pontas para cima, representa satã ou o bode da missa negra; com apenas um dos raios para cima, é o Salvador. O pentagrama é a figura do corpo humano, com quatro membros e uma única ponta, que deve representar a cabeça. Uma figura humana de cabeça para baixo representa, naturalmente, o demônio, ou melhor, a subversão intelectual, a desordem e a loucura”.
Quem deu o nome de Estrela Flamejante ao pentagrama foi o teólogo e médico Enrique Cornélio Agrippa de Netesheim, que também se dedicava à magia, à alquimia e à filosofia cabalística e que era natural da cidade de Colônia, Alemanha, nascido no final do século XV. Na maçonaria, entretanto, a Estrela Flamejante só foi introduzida nos meados do século XVIII, na França, pelo barão de Tschoudy, criador do Rito Adonhiramita.
CONCLUSÃO
A estrela de cinco pontas, pelo seu significado geométrico e filosófico simboliza o grau de companheiro e possui uma conotação mais voltada para a implementação do conhecimento
A estrela flamejante, por simbolizar o poder do fogo simboliza a magia, negra ou branca, podendo invocar o bem (se tiver sua ponta para cima) ou o mal (se a ponta estiver direcionada para baixo). Era o símbolo dos alquimistas e ainda hoje é utilizada nos rituais de bruxaria e esoterismo.
Resta-nos compreender que, à parte dos diversos significados que a estrela possui na maçonaria, o leque de sua abrangência é bastante extenso, não sendo possível expor aqui tudo o que o conhecimento humano já produziu a seu respeito.
Mas o que deve ficar em nossas mentes é que as diversas interpretações não devem servir em toda a sua plenitude para a escala evolutiva maçônica. Cada um de nós deve tirar proveito daquele significado de maior relevância para sua evolução espiritual, não havendo como, nem porquê, absorver toda a gama simbólica nela presente.
Ir.: Omero Souza Barbosa
São Joaquim(SC), Agosto/2005
Fonte: www.fraternidadeserrana.com.br