“Melhor é pela pátria sofrer mil mortes que ser escravos de déspotas tiranos”
(Panfleto distribuído no movimento confederado)
Está chegando o dia em que completará 192 anos da morte de um Arauto da Liberdade em nossa pátria, e hoje em homenagem a ele, nós vamos descobrir um pouco o que foi a Confederação do Equador.
Contudo não se sabe a fundo qual o real envolvimento da Maçonaria com a Confederação, pois depois da Revolução Pernambucana de 1817 em um alvará de 30 de março de 1818, “El Rei“ proibiu o funcionamento de qualquer sociedade secreta, com um adendo importantíssimo que transcreverei “ficando incursos os que se congregam em lojas”.
Imagem do um documento chamado “Collecção Das Leis”. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/publicacoes/doimperio/colecao1.html. Acesso em Janeiro de 2017.
“Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte”
(Lenine e Paulo Cesar Pinheiro)
As causas principais do movimento foi a centralização política imposta na Constituição de 1824, a forte influência da coroa portuguesa na vida política do Brasil, e o estopim que foi a escolha do governador por D. Pedro I, sendo que a elite de Pernambuco já tinham escolhido o deles. Já os principais objetivos visavam acabar com tráfico de escravos, organizar força de resistências contra o governo, diminuir a influencia do império nas políticas regionais e finalmente a formação de um governo independente na região.
Obra “estudo para Frei Caneca” de Antônio Parreiras
Infelizmente no mesmo ano que ocorreu o Levante, o império logo contra atacou (Heita!!! Que referência!!!), e sob o comando do Almirante britânico Cochrane as forças militares colocaram um ponto final na revolução. Infelizmente, um dos Heróis dessa revolução que foi o nosso querido Frei Caneca, do qual destacaremos a sua figura nas próximas linhas, foi preso, condenado e morto no ano seguinte.
Frei Caneca (1779-1825)
“Quem bebe da minha ‘caneca’ tem sede de liberdade”
(Frei Caneca)
Em minha santa ignorância, até um tempo atrás Frei Caneca era pra mim apenas uma avenida (pasmem, mas é a triste verdade), mais tarde, descobri que se tratava de um político, jornalista, religioso, patriota apaixonado e acima de tudo um Mártir Brasileiro, um guerreiro da Liberdade, e lutar por ela é premissa fundamental para ser um bom Maçom.
Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca nasceu em Recife. Filho de Tanoeiro, acabou incorporando apelido que ganhou da profissão do pai em seu nome, alguns autores chegam a afirmar que ele vendia canecas pelas ruas de sua cidade. Foi educado no Seminário de Olinda, considerado berço de ideias liberais, professou votos no Convento do Carmo. Segundo o padre Dias Martins em sua Obra “Mártires Pernambucanos”, em 1801, Caneca já ordenado foi iniciado na Loja Academias de Suassuna, já o Irmão João Ferreira Durão diz em seu livro “Pequena História da Maçonaria no Brasil” que ele foi iniciado no Areópago de Itambé, mas não informa o ano. O Frei participou também ativamente da Revolução Pernambucana, levante de caráter emancipacionista em 1817 e neste mesmo ano foi preso e levado a Salvador, onde cumpriu pena até 1821.
Quando foi libertado, o Frei voltou a Pernambuco, onde tornou-se professor de geometria, filosofia e retórica. Fundou também um jornal de oposição ao governo com idéias iluministas e revolucionárias (Typhis Pernambucano). Em julho de 1824, Caneca junto com outros líderes Pernambucanos, tais como Cipriano Barata e Manuel de Carvalho Paes, formaram a Confederação do Equador. A Província chegou a ser conhecida como “Leão-do-Norte”, mas da ascensão a queda foi rápido, esse movimento acabou sendo desmantelado em setembro do mesmo ano e o nosso Frei Caneca capturado em 29 de novembro.
Em 13 de Janeiro de 1825 nosso valoroso Irmão Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca seria enforcado na frente do Forte das Cinco Pontas se não tivesse um pequeno problema, ninguém queria executar o amado Frei, sendo assim acabaram mandando nosso Herói para o fuzilamento. Como já dizia “V” da obra “V de Vingança”, escrita por Alan Moore “Ideias são a prova de balas”, sendo assim o maior legado que o Frei deixou foi a Liberdade e o amor a pátria.
Bibliografia
- DURÃO, João Ferreira. Pequena História da Maçonaria no Brasil. São Paulo: Madras, 2008 p. 256
- Site Historianet – http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=383. Acesso em 2015.
- O Globo online – http://oglobo.globo.com/cultura/frei-caneca-promovido-heroi-pelos-inimigos-9288058. Acesso em 2015.
- Site Uol Educação – http://educacao.uol.com.br/biografias/frei-caneca.jhtm
- Confederação do Equador. In Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2017. Web,2017. Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/483190/Confederacao-do-Equador>. Acesso em:06 de janeiro de 2017.
- Confederação do Equador – resumos, causas, história e o que foi. Disponível em: http://www.historiadobrasil.net/resumos/confederacao_do_equador.htm. Acesso em janeiro de 2017.
Fonte: http://maconaria-tupiniquim.webnode.com/