Tudo começou em 22 02 1857, data esta que soma 27 e que resultará em “9”, número muito representativo para nós, e visto pela numerologia, sabemos que muito influenciou a vida de Robert Stephenson Smith Baden Powell, caçula de 12 irmãos como os apóstolos.
Da mesma forma que o mais jovem dos apóstolos João o evangelista, acredito, teve uma missão divina, muito embora tenha ficado órfão de pai aos 3 anos, neste ponto não temos mais dúvidas quanto ser ele predestinado, certamente um estudo cabalístico o comprovar.
É uma escola mútua, cujo programa se resume em obedecer às leis, amar o próximo e trabalhar sem descanso, para a felicidade do gênero humano, promovendo a sua emancipação progressiva e pacífica. *
Em síntese, o nosso objetivo é cativar o espírito em plena fase ardente e entusiasta, orientá-lo no bom caminho e estimular o desenvolvimento de sua individualidade. Deste modo, pode educar-se a si próprio e vir a ser um homem de bem e um cidadão útil a seu país.
Assim agindo, nós pretendemos estar servindo a pátria, fortalecendo-a moral e materialmente, fazendo, com isso, que se propicie: “Paz e Boa Vontade entre os Homens”.
Neste pequeno preâmbulo, saberiam os Ir definir a origem doutrinária do conteúdo?
Maçônico ou Escoteiro?
Ao sermos admitidos, é mister que tenhamos, obrigatoriamente, uma religião, seja ela qual for, pois desta maneira temos a consciência da existência de um criador incriado, pois só ele conduzirá nosso barco (vida) ao porto seguro, o verdadeiro norte, norte, este, que, na maioria dos mapas e bússolas, é representado por uma flor de liz; Flor, esta, que é o símbolo do Movimento Escoteiro.
Observemos o significado intrínseco deste símbolo, que é representado por seis pétalas, sendo que três se erguem ao firmamento e têm como significado as três partes da Promessa Escoteira: Deus, Pátria e Próximo. E será que também não representa, por exemplo, Sabedoria, Força e Beleza? Quero crer que a presença do número três ficou bem evidenciada. E as outras três pétalas como ficam? Para a compreensão do escotismo, elas são apenas parte do todo sem maiores significados, mas, para nós e o fundador do movimento, será que não nos transporta à Tábua de Esmeraldas, quando nos diz categoricamente que
“O QUE ESTÁ EM CIMA É COMO O QUE ESTA EMBAIXO”, ou seja, o macro e o microcosmo, e cabe observar que na altura do centro da flor existe um anel circundante, que representa a união de todos os escoteiros ou seria dos maçons? Sendo a figura representada no plano, poderemos dizer que no anel esta estampado o nível, como também vemos, no centro e na vertical o prumo, que no escotismo declaramos ser a agulha da bússola, no centro e abaixo do listel onde se lê Sempre Alerta, encontramos pendente um nó que certamente é um dos 81 conhecidos por nós, e representa para o escoteiro a Boa Ação, que é uma das virtudes.
Já em uma passagem do “Livro da Selva” (Jungle Book) de RUDYAR KIPLING, que é o sustentáculo filosófico e alegórico de um dos ramos do movimento, lê-se o seguinte:…ao ser apresentado à alcatéia, como novo membro, era colocado diante de todos, e o Akelá (VenMestre) sentado na rocha do conselho (trono) dizia: “olhai bem lobos, olhai bem”. Neste instante, como fogos de artifício espoucando em profusão, assola-nos a lembrança de nossa iniciação, no momento exato em que nos é dada a luz, pois deparamo-nos com todos os Ira nos fitar para reconhecer-nos como efetivos membros da comunidade.
Será coincidência?
Continuemos. Durante um período, é dado a conhecer ao novo membro as leis que regem a nossa organização, leis básicas e imutáveis, que chamamos de Lei do Lobinho, Escoteiro ou, quem sabe, seriam “Landmarks”, isto vai depender somente de onde nos encontramos no momento, apesar de não ter a mesma redação, tem o mesmo fim: um grafado para os jovens do Mov. Escoteiro e o outro para os maçons.
Passado este período, que pode ser de alguns meses no escotismo ou alguns pares de horas em forma de instrução para os maçons, efetiva-se a Promessa do jovem ou mesmo de um adulto, cerimônia, esta, que nada mais é do que uma Iniciação, pois o candidato presta seu compromisso, não diante do altar dos juramentos, mas diante de um altar da mais alta simbologia, pois o compromitente tem a sua frente, como testemunha, os símbolos pátrios e a promessa é feita a si próprio.
Já em nossa ordem, realizamos, durante nossa iniciação, três viagens, e três vezes somos purificados:
Uma vez pelo ar, uma pela água e outra pelo fogo. Já no escotismo, as viagens tornam-se mais palpáveis e as purificações, muito embora não tenham esta conotação, são realizadas.
O movimento escoteiro, em sua forma original, divide-se em três ramos, o que para nós seriam os graus. Que são divididos por faixas etárias, tendo ainda mais um ramo que foi agregado após sua fundação.
Ramo Escoteiro de 11 a 14anos ou seriam aprendizes?
Ramo Sênior de 15 a 18anos ou seriam companheiros?
Ramo Pioneiro 19 a 23anos ou seriam mestres?
Ramo Lobinho 07 a 10anos ou seriam Lowtons?
Vejamos como é feita a analogia das viagens da ordem no escotismo:
1ª Viagem efetiva-se no ramo escoteiro, onde se tem por método o desenvolvimento através das atividades competitivas, de ordem física, cultural e social, período de nossa vida onde os trovões da impaciência e da insegurança ribombam sobre nós.
2ª Viagem é vivenciada no ramo sênior, onde as bases das atividades são os desafios, morais, culturais, físicos e sociais, onde se aprende a controlar as paixões que nesta fase são latentes.
3ª Viagem é vivida pelo ramo pioneiro, que tem por escopo Servir, e somente quem exercita fazer o bem ao próximo pode suavemente percorrer um caminho que certamente será de serenidade.
Faz parte dos usos e costumes do escotismo, a cada vez que um membro passa de um ramo (grau) para outro se fazer uma cerimônia chamada passagem, onde se lhe propõe um pequeno desafio, que tem por finalidade ratificar sua autoconfiança.
Na cerimônia de passagem do ramo lobinho para escoteiro, os jovens atravessam um rio imaginário (aí esta a água).
Já na passagem do ramo escoteiro para sênior, o jovem deve vencer uma pequena distância através de cordas suspensas em árvores ou afins (aí esta o ar).
Por fim, o escoteiro quando é recebido no ramo pioneiro e é investido como escudeiro, neste cerimonial é imprescindível a presença de uma chama, seja de uma vela, lamparina, tocha ou fogueira. (aí esta o fogo).
Mais uma vez questionamos: será tudo uma grande coincidência?
É sabido que em nossa ordem nos reconhecemos por sinais, toques e palavras, então o que seria a saudação do escoteiro senão um sinal. Atentemo-nos a forma com que se faz tal saudação:
1º) e r g u e – s e o b r a ç o d i r e i t o perpendicularmente ao corpo formando desta forma um esquadro;
2º) coloca-se o antebraço verticalmente erguido, formando aí mais um esquadro;
3º) estando com a mão espalmada para frente, fazemos com que o dedo mínimo se curve o bastante para o polegar repousar sobre sua falange distal, ficando em riste apenas os dedos indicador, médio e anular, indicando as três partes da Promessa (juramento) do escoteiro, que são Deus, Pátria e Próximo, formando também o nosso conhecido tri- ponto. A posição dos dedos polegar e mínimo representa a ajuda do mais forte ao mais fraco.
É também simbólico o aperto de mãos escoteiro (ou toque), pois este cumprimento é trocado apenas entre os irmãos escoteiros, isto mesmo, os escoteiros tratam-se como nós, por irmãos; será o acaso novamente presente?
Bem, voltemos ao `toque`, quero dizer ao aperto de mãos, que é dado com a mão esquerda, por dois motivos: um histórico e outro simbólico. O histórico esta calcado no costume dos guerreiros Zulus, que vivem na África, que como prova de confiança e amizade, literalmente baixavam sua guarda, ou seja, seu escudo, que era sustentado pela mão esquerda, para cumprimentar um verdadeiro amigo. O simbolismo está em ser a mão situada do lado do coração, e que por sua vez canaliza energias positivas ao cumprimentado.
Vejamos como efetivamente é o aperto de mãos dos escoteiros:
1º) estende-se o antebraço para frente e em perpendicular com o corpo, formando-se assim um esquadro com o braço;
2º) ao se tocarem as mãos, entrelaçamos os polegares, e simultaneamente, faremos o mesmo com os dedos mínimos, deixando novamente o dedo indicador, médio e anular formando um ternário.
Sempre que houver o cumprimento, obrigatoriamente, deve-se fazer a saudação, formando-se assim três esquadros.
Todos sabem a força que está contida no verbo e que ele é uma das armas mais poderosas à disposição do homem, pois da mesma forma que ela destroi, também movimenta e cria, é uma verdadeira chave, e como para nós o lema do escoteiro, “Sempre Alerta”, tem a mesma função da palavra usada por nós, existem variações conforme o ramo (grau), e acompanha sempre o aperto de mão e a saudação.
E o que dizer do acessório usado pelo monitor escoteiro, que é um bastão (Ou seria uma vara?) cilíndrico de madeira e de aproximadamente 1,5m de altura, encimado pelo símbolo da patrulha. Para uma compreensão melhor, é importante saber que muitas das informações passadas para os jovens pelo seu chefe (mestre) são conduzidas pelos monitores (ou seriam diáconos?). Ainda como uma última constatação atente para palma escoteira (aplauso); que é composta da seguinte freqüência: 4+2+2, 4+2+2, 4+4+1, que se atentos estiver-mos contaremos um total de 25 pancadas, que na numerologia resultará no cabalístico 7. (palma ou bateria?)
Talvez não possa declinar mais a respeito dos símbolos encontrados, não pelos Ir que terão acesso a este opúsculo, mas pela minha própria ignorância, e nem é minha intenção induzir a opinião dos Ir a esta verdade, mas ainda me atrevo a demonstrar-lhes mais alguns tópicos, como o padroeiro do escoteiro, que, além de ser o santo padroeiro da Inglaterra, era um Cavaleiro medieval, São Jorge, é em geral apresentado a cavalo atacando um dragão que queria devorar uma donzela. É apenas uma imagem simbólica, pois o dragão representa à idolatria, e a donzela a fé, e como tal representa o bem e aos demais cavaleiros engajados nas cruzadas, atacando constantemente os vícios e defendendo galhardamente as virtudes, mantendo-se sempre em busca do Santo Graal.
A filosofia que norteia o escotismo baseia-se no espírito escoteiro, que poderíamos chamar perfeitamente de consciência maçônica e não erraríamos, e também no método conhecido como aprender fazendo, que tenho certeza poderia ser reconhecido como um dos princípios da nossa ordem, que é o auto crescimento.
Tenciono com estas analogias feitas, provocar em nossa comunidade a busca do verdadeiro reconhecimento, de que assim como apadrinhamos os Lowtons, os capítulos De Mole, as filhas de Jó, que efetivamente trabalham em nossos templos, possamos também reconhecer o Movimento Escoteiro como uma verdadeira obra da maçonaria, que tem seus trabalhos realizados em céu aberto e de uma forma não ritualística.
Pois creio, meus Ir, que somente sendo muito séptico para concluir que tudo não passa de mera coincidência.
Manoel da Rosa Michael – MI
Loja Atlântica nº 15
Fonte: https://www.glojars.org.br/vigilante_det.php?id=5791