Prezados Irmãos,
Quantas vezes ficamos a esperar que os outros façam por nós, aquilo que podemos e devemos fazer em prol de nosso próprio crescimento e da coletividade onde estamos inseridos;
Quantas vezes cobramos dos outros, atitudes que deveriam partir de nós mesmos e que, diante da omissão, acabamos sendo levados ao ostracismo.
Digo a vocês que o homem maçom, mais do que qualquer outro, por princípios fundamentados em um Juramento Solene e Sagrado (revivamos a nossa Iniciação), precisa envolver-se em todas as questões que impactam na vida da sociedade e, por conseguinte, na sua própria e de sua família.
A história humana é repleta de desencontros e, no geral, a humanidade sempre buscou o poder e as honrarias que ele propicia. O resultado está aí: A ameaça real de extermínio da vida no planeta que lhe foi concedido como morada e que tem sido a fonte perene de sua subsistência. Pergunto:
– Quais os cuidados que as centenas de milhares de gerações humanas têm se dado à natureza?
– Quais e quantas ações coletivas têm sido implementadas em prol da vida de todos os seres aqui vivem?
– Apontem-me as nações, povos ou culturas que preservaram ou preservam mais do que exploraram ou exploram a natureza?
Meus caros, o Ser Humano é aquele que mais se beneficia da Natureza. No entanto, ele é o único que não a preserva!
Muitos já estão se perguntando acerca do que esta questão tem a ver comigo ou conosco? Tudo, pois ao tornamo-nos Maçons, juramos incondicional defesa de tudo aquilo que diz respeito à vida, em todos os seus aspectos e sentidos. E, em face deste compromisso solene e sagrado há muito o que fazer, sob vários pontos de vista, sejam eles social, político, cultural, educacional e, sobretudo, como já dissemos, sob o ponto de vista ambiental. Por tudo isso, é que cada maçom precisa estar atento às questões que afetam o bem-estar de sua coletividade, agindo pró-ativamente ao lado daqueles que o cercam, na busca e consolidação das ações necessárias à conquista do BEM COMUM – É isto que o chama a fazer, a Sublime Ordem que um dia o acolheu como Obreiro da Paz e Filho da Luz.
Queridos Irmãos, sejamos conscientes de nossos deveres e compromissados com o Progresso e a Evolução da Humanidade, buscando a reforma interior e a responsabilidade solidária de nosso livre arbítrio, tão bem fortalecidos pela vivência plena no Seio da Maçonaria. Contudo, nobres Iniciados na Arte Real, é necessário que tenhamos vontade, posicionamentos, envolvimento, fé e, mais do que tudo, disposição, liderança e capacidade de planejamento, buscando a construção e a implementação de projetos voltados para o desenvolvimento humano, em todas as suas relações, inclusive no que diz respeito à participação no cenário político deste imenso e rico Brasil, tão marcado pela corrupção e pelos desvios de ordem ética e moral.
Senhores, os fatos são evidentes e inquestionáveis. O imobilismo social, e o nosso também, são gritantes. O que temos feito contra esta enormidade de desvios que por décadas atravancam a Ordem e o Progresso neste país? Onde estão os nossos posicionamentos e ações concretas contra:
– A corrupção e a roubalheira desenfreada;
– A impunidade, em todos os sentidos;
– A criminalidade crescente;
– A carga tributária recorde e a falta de investimentos compatíveis com a arrecadação, fazendo com que trabalhadores financiem com o suor de seu trabalho a ineficiência do Estado e a manutenção de uma estrutura perversa que alimenta as mazelas sociais;
– O sucateamento das políticas públicas, afetando a saúde, a educação, a segurança a infra-estrutura de um modo geral e outras áreas tão necessárias ao crescimento social;
– A degradação do meio ambiente – cito com exemplo, a ocupação irracional e a destruição desenfreada da Amazônia;
– O assistencialismo eleitoreiro;
– Os governantes aventureiros, fanfarrões e irresponsáveis que temos nos dias atuais, inclusive aquele que ocupa a presidência da república;
Entre tantas outras questões não menos importantes.
Nota: o Brasil é um país riquíssimo e extraordinário, por isso suporta tantos desvios, mas para tudo existe um limite.
Neste instante, gostaria de dizer-lhes tantas coisas, mas o tempo e o espaço não me permitem. Por isso, faço um pedido: Que cada um possa refletir acerca da importância dos princípios maçônicos em nossas vidas, e, mais do que isto, que possamos adotar um comportamento condizente com aquilo que a Maçonaria ensina e espera de um Homem Iniciado, ou seja, que tenhamos a iniciativa de mudarmos para melhor o ambiente e a sociedade a qual pertencemos. A escolha é nossa, como nossa é a responsabilidade por aquilo que plantarmos e colhermos.
Que cada Maçom possa levar idéias e projetos aos seios de suas Lojas. Não fiquemos esperando que só o Venerável Mestre ou membros da Diretoria o façam. Vamos, de forma responsável, discutir a nossa Ordem e a Sociedade onde ela e nós estamos inseridos – que tenhamos projetos e que possamos acreditar em nossa capacidade em realizá-los.
Sei que alguns vão dizer que estou sendo repetitivo. A estes digo que: o homem maçom precisa perseverar sempre e, com sinceridade, ética e disciplina, mostrar que seus sonhos podem e devem ser transformados em realidade.
Em fim: a que viemos? Senão para deixarmos as nossas marcas pelo caminho – este é o desejo do Grande Arquiteto do Universo.
Mudar o mundo para melhor está nas mãos e na consciência de cada um, e Lembrem-se de que nada fica sem rsposta!
Um Tríplice e Fraternal Abraço,
Leonel Ricardo de Andrade
Fonte: http://www.veneraveiscvt.com.br/