“Farás uma mesa de madeira de acácia, cujo comprimento será de dois côvados, a largura de um côvado e a altura de um côvado e meio. … Porás sobre essa mesa os pães da proposição, que ficarão constantemente diante de mim”.
Êxodo, 25 – 23 e 30 Pão é um alimento elaborado com farinha, geralmente de trigo ou outro cereal, água e sal, formando uma massa com uma consistência elástica que permite dar-lhe várias formas. A esta mistura básica podem acrescentar-se vários ingredientes, desde gordura a especiarias, passando por carne (geralmente curada), frutas secas ou frutas cristalizadas, etc Existem dois tipos básicos de pão: 1. O pão levedado, a que se acrescentou à massa levedura ou fermento geralmente cozido (assado) num forno, produzindo pães mais ou menos macios, em que a massa cozida tem espaços com ar. 2. O pão ázimo, não fermentado, que produz pães geralmente achatados, mais consistentes; estes podem ser cozidos no forno ou assados numa chapa (ou frigideira), ou mesmo fritos.
O pão é símbolo de qualquer alimento diário, essencial a todo ser humano. Não se pode viver sem alimento. Não se pode viver sem pão. O simbolismo do pão está ligado ao simbolismo da vida. A Bíblia apresenta o pão como um dom de Deus:
«Fazeis brotar a erva para o gado e plantas úteis para os homens, para que da terra possa extrair o seu pão…o pão que lhe robustece as forças» (Sl 104, 14-15).
De fato, entre grande número de povos do mundo, o pão fazia parte do alimento diário. Muitas vezes era mesmo o único alimento. A Bíblia refere o termo “pão” umas 340 vezes.
O pão nosso de cada dia Fazer o pão era tarefa das mulheres que assim cuidavam da família. O pão tinha várias formas, e era feito de trigo, cevada e outros cereais. O pão não era cortado, mas partido. Daí a expressão tipicamente bíblica: “partir o pão”, que também indica o início duma refeição (Is 58, 7; Jer 16, 7; Lam 4, 4). As refeições festivas começavam com este gesto. Jesus também o utilizou na última Ceia:
«Enquanto comiam, tomou Jesus o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos Seus discípulos…» (Mt 26, 26; Mc 14, 22; Lc 22, 19; 1 Cor 10, 16).
Curiosamente, pão, no AT, diz-se lehem, termo que também significa “guerra”. Nos tempos mais remotos se faziam guerras e lutas para procurar o pão de cada dia. Em todas as épocas da história humana, o pão foi, e ainda é, objecto de muito esforço e luta. Na narrativa do castigo de Adão está significada esta dura luta de todo o ser humano:
«Comerás o pão com o suor do teu rosto» (Gn 3, 19).
Comer o pão com alguém é sinal de uma aliança
O pão tem ainda, na Bíblia, um sentido espiritual. Significa tudo o que de bom ou mau pode acontecer ao homem, no seu dia-adia. Por isso, encontramos na Palavra de Deus expressões como estas: “o pão do luto” (Os 9, 4) e “o pão da alegria” (Ecl 9, 7), “o pão da mentira” (Pr 20, 17)…
«As minhas lágrimas são para mim pão, durante o dia e durante a noite desde que todos me dizem: “Onde está o teu Deus?”» (Sl 42, 4; ver Sl 102, 9-10; 127, 2).
Uma refeição de amizade Por ser o alimento essencial do povo e frequentemente o único alimento diário das pessoas, que o comiam juntas, o pão começou também a simbolizar a refeição ou banquete da amizade e da aliança com quem se come. As alianças ou os contratos se faziam no decorrer duma refeição, que tinha, assim, um carácter sagrado (Gn 31, 54). “Partir o pão” é dá-lo aos outros para criar laços de especial união entre eles.
Comer o pão no Reino de Deus (Lc 14, 15) Ao instituir a Eucaristia, por meio do pão, na última Ceia, Jesus estabelece uma nova aliança para sempre com todos os homens que quiserem comer com Ele o pão da sua Palavra e da Eucaristia.
Os “pães da proposição” O povo de Israel tinha também uma forma de simbolizar a acção de comer o pão da terra com o seu Deus. Tendo a consciência de que fora o Senhor quem lhe tinha dado a terra donde tirava o pão de cada dia, Israel oferecia uma parte desse pão a Deus. De algum modo, “comia” com Deus, num sacrifício de comunhão realizado no Templo, o pão que o mesmo Deus lhe tinha oferecido. (ver Lv 24, 5-9).
A festa das colheitas, ou Pentecostes Este sentido de aliança encontra-se ainda na apresentação do primeiro pão colhido, que devia ser oferecido na festa das colheitas, ou do Pentecostes:
«Trareis das vossa casa dois pães, feitos de dois décimos de flor de farinha, cozidos com fermento, destinados a serem oferecidos; serão as primícias para o Senhor» (Lv 23, 17).
O Pão do Céu ou o maná
O pão enquanto fruto da terra, não é simples efeito de sementes, água e sol. Todo o alimento do homem vem de Deus. Também o pão. E dele vem, igualmente, a ajuda nas maiores dificuldades.
O pão dos peregrinos A Bíblia nos apresenta o maná como um pão que Deus dá aos seu povo peregrino no deserto. Ele não o abandona, antes o alimenta com o “pão do céu”, um pão que vem de Deus, um pão admirável:
«Na manhã seguinte, havia uma camada em volta do acampamento. Quando este orvalho se evaporou, apareceu à superfície do deserto uma coisa miúda, granulada, como saraiva caída na terra. Ao vê-la, os filhos de Israel perguntaram uns aos outros “Que é isto?” (Man-hu), pois não sabiam o que era. Moisés disse-lhes: “É o pão que o Senhor vos dá para comerdes”» (Ex 16, 13-15; ver Sab 16, 20-21).
Da pergunta «Man-hu» (que é isto?) vem o nosso termo «maná». Este «pão do céu» está assegurado pelo amor paternal de Deus, que o envia diariamente ao seu povo, sem que este precise de o guardar para o dia seguinte (Ex 16,1920). Talvez pudéssemos ver aqui uma antecipação do espírito com que Jesus nos ensina a rezar:
«Pai nosso… O pão nosso de cada dia nos dai hoje!» (Mt 6,9-13; Lc 11,2-4).
O Pão de Elias
É ainda este «pão do céu» que é dado a Elias, o profeta que foge da fome pelo deserto, além do rio Jordão, e é alimentado gratuitamente por Deus. Todo o capítulo 17 do 1º Livro do Reis gira em torno deste episódio maravilhoso: o pão que os corvos trazem de manhã e à tarde (vv. 2-6); o pão que a viúva de Sarepta lhe oferece e cuja farinha nunca mais se esgota na panela, símbolo da multiplicação do pão feito por Jesus (vv. 10-16); finalmente, a vida dada por Deus ao filho da viúva, por ela ter mantido a vida a Elias com o pão da sua última farinha (vv. 17-24). Ver 1Rs 19,4-8.
O pão ázimo e o pão com fermento.
Normalmente, o pão é levedado; isto é, leva um pouco de fermento, para lhe dar mais gosto. O fermento é um pouco de massa do pão anterior. Para levedar a massa com este fermento, é necessário deixá-la em repouso durante algum tempo. Isso supõe uma vida estável, numa sociedade rural. Os povos nómadas, habituados a contínuas mudanças por causa dos rebanhos, utilizavam o pão sem fermento, ou seja, a massa simplesmente cozida.
Pão ázimo ou asmo.
Pão ázimo ou asmo, matzo (ídiche) matzá (hebraico), , é um tipo de pão assado sem fermento, feito somente de farinha de trigo (ou de outros cereais como aveia, cevada e centeio) e água. A preparação da massa não deve exceder 18 minutos para garantir que a massa não fermente. De acordo com a tradição judaico-cristã, pão ázimo foi feito pelos israelitas antes da fuga do Antigo Egito, por que não houve tempo para esperar até a massa fermentar. Hoje em dia é comida obrigatória na festa do Pessach (páscoa judaica), que também se chama Hag ha-matzot, ou a festa dos pães ázimos.
O pão da pressa
O pão sem fermento tornou-se um símbolo altamente significativo das realidades espirituais mais diversas. Assim, o pão sem fermento é o pão da pressa, o pão dos peregrinos, como diz Moisés ao povo, na Páscoa da saída do Egipto:
«Nessa mesma noite, comer-se-á a cama assada ao fogo com os pães sem fermento e as ervas amargas (…). Quando o comerdes, tereis os rins cingidos, as sandálias nos pós e o bordão na mão. Comê-los-eis apressadamente, pois é a Páscoa do Senhor» (Ex 12,8.1 1).
O pão da renovação e da verdade
Mas o pão sem fermento, o pão sem qualquer resto do pão velho, é ainda símbolo da total renovação da vida espiritual dos crentes; é a negação total dum passado que não interessa reviver. Por isso, Israel celebrava a antiga festa do Pão Ázimo (Festa dos Ázimos), que mais tarde se juntou com a da Páscoa. Durante a festa prescreve-se o seguinte:
«Durante sete dias comereis pães sem fermento; a partir do primeiro dia não haverá fermento nas vossas casas. Quem comer pão fermentado, desde o primeiro dia até ao sétimo, será excluído de Israel (…). Guardareis a festa dos Ázimos porque, nesse dia, fiz sair o vosso povo do Egipto. Guardareis esse dia de geração em geração, como uma instituição perpétua» (Ex 12,15.17; ver Dt 16,3).
Todos os anos, antes do início da festa da Páscoa (14 de Nisã), eliminava-se todo o pão levedado com fermento. Nessa tarde e em todos os sete dias seguintes comia-se apenas pão ázimo (Ex 12,14-20), para comemorar a saída apressada do Egipto e para simbolizar a renovação total do coração das pessoas. S. Paulo insiste neste último sentido, quando fala do pão com fermento. E a Igreja escolheu o seu texto para a 2ª Leitura do Domingo de Páscoa. Dirigindose aos Coríntios, compara um caso de incesto ao fermento que corrompe a massa da comunidade:
«Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?Purificaivos do velho fermento, para que sejais uma nova massa, assim como sois ázimos. Porque Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da malícia o da corrupção, mas com os ázimos da pureza e da verdade» (1 Cor 5,6-8; ver Gal 5,4.7-,9).
O pão da corrupção
Este sentido negativo do pão com fermento é ainda símbolo da falsa doutrina que pode corromper tudo. O Novo Testamento insiste neste aspecto: é o “fermento dos fariseus” (Lc 12, 1), o “fermento de Herodes” (Mc 8,15), «o fermento dos fariseus e saduceus» (Mt 16,6). Jesus explica que este pão com fermento é a má doutrina desses grupos:
«Como é que não compreendeis que não era de pão que falava, quando vos disse: “Acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus? Compreenderam, então, que Jesus não havia dito que se defendessem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus e saduceus» (Mt 16,11-12; ver Lc 12,1).
O pão da Boa Nova
Mas o pão com fermento tem também um sentido positivo nos Evangelhos. Nesse caso, significa o rápido anúncio da Boa Nova:
«O Reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até que tudo esteja fermentado» (Mt 13,33; ver Le 13,21).
Jesus é o verdadeiro «Pão da Vida»
Podemos dizer que o Novo Testamento assumiu todos estes simbolismos do pão, que já vinham do Antigo Testamento.
O pão da Palavra Assim, perante o diabo tentador, no deserto, Jesus diz ser o Pão da Palavra, que deve alimentar todo e cada homem que atravessa o deserto da sua vida. E quando o Tentador lhe pede para fazer milagres, transformando pedras em pão, Jesus responde com a palavra de Dt 8,3:
«Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4,4; ver Lc 4,4).
Da boca de Deus sai a Palavra sempre fiei (SI 89,35). Foi esta Palavra que Jesus veio semear no campo do coração de cada um de nós e que deve frutificar “trinta, sessenta e cem por um” como Ele próprio diz na parábola do semeador (Mc 4,8; ver Mt 13,8; Lc 8,8). Mas Jesus não é somente Aquele que nos oferece o pão da Palavra de Deus. Ele é a mesma “Palavra que saiu da boca de Deus”, a Palavra que encarnou, como diz S. João:
«No princípio já existia a Palavra [o Verbo],a Palavra estava com Deus, a Palavra era Deus (…). E a Palavra fez-Se Homem e habitou entre nós, e nós vimos a Sua glória, glória que Lhe vem do Pai, como Filho único, cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 1. 1 4).
Jesus é, portanto, a verdadeira Palavra que sai da boca de Deus e, como tal, o único Pão capaz de saciar todo o tipo de fome do mundo.
O novo maná
Mas, Jesus não é apenas o verdadeiro “Pão do Céu”. Sendo a presença viva do mesmo Deus do Antigo Testamento que alimentou com o maná o Seu povo no deserto, Jesus, num outro deserto, oferece também outro maná, multiplicando o pão para cinco mil homens:
«Tomou, então, os cinco pães o os dois peixes e, erguendo os olhos ao caiu, pronunciou a bênção, partiu os pães e entregou-os aos discípulos, para que eles os distribuíssem» (Mc 6,40-41; ver Mc 8,1 -g; Mt 14,13-21; Lc 9,10-17; Jo 6,1 -14; 1 Cor 11,2324).
O pão da Nova Aliança
Como estamos a ver, estas palavras de Jesus fazem-nos lembrar o Pão da Nova Aliança, celebrada na Eucaristia, o “pão partido” na última Ceia, celebrada com os eus discípulos antes da festa da Páscoa. Este “pão partido” e repartido, que se torna no seu verdadeiro Corpo, substitui o cordeiro pascal imolado na primeira Páscoa do Êxodo. Cristo é, assim, o verdadeiro Cordeiro pascal, como diz S. Paulo no primeiro texto eucarístico do Novo Testamento:
«O cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão» (1 Cor 10, 1 6-17).
Deste modo, a expressão “partir o pão” leva-nos, desde o Antigo Testamento, até ao verdadeiro Pão, que é Jesus oferecido e repartido por todos no banquete da Eucaristia. Essa expressão foi mesmo a expressão técnica mais antiga para designar o que hoje chamamos “Eucaristia” (Lc24,30.35; Act 2,24.46; 20,7. 11).
O Pão da Vida
Dizíamos no princípio que o simbolismo do pão está intimamente ligado à vida. Ora uma das mais belas definições que Jesus dá da Sua pessoa é precisamente a de Pão da Vida. A este propósito, sugiro a leitura e meditação do famoso “Discurso do Pão da Vida” (João, 6). Há uma comparação de fundo com o maná do deserto, que não podemos esquecer. Jesus diz ser o novo e verdadeiro “Pão do Céu”: o maná corrompia-se, estragava-se, o Pão da Vida não se estraga nem corrompe; o maná no deserto não impedia as pessoas de morrer; quem comer o Pão da Vida não morrerá para sempre (v. 58); o maná foi dado por Moisés, este Pão da vida é dado por Deus (vv. 32-33); o maná era uma comida qualquer, o Pão da vida é a própria “carne” de Jesus (v. 7), Mas, atenção! A “carne” de Jesus não é simplesmente a carne física. “Carne”, na Bíblia, significa a pessoa inteira. É, pois, necessário comer o Cristo total Palavra e Eucaristia1 – para se realizar em nós a Sua promessa de vida eterna:
«Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, assim também o que Me come viverá por Mim. Este é o Pão que desceu do Céu. Não é como
Eucaristia (do grego εὐχαριστία, cujo significado é “reconhecimento”, “ação de graças”) é uma celebração em memória da morte sacrificial e ressurreição de Jesus Cristo. Também é denominada “comunhão”, “ceia do Senhor”, “primeira comunhão”, “santa ceia”, “refeição noturna do Senhor”.
aquele que os vossos pais comeram, e morreram. Quem comer deste Pão viverá eternamente» (Jo 6,57-58).
Se o pão simboliza a comida de cada dia, e Jesus diz ser o nosso pão, isso quer dizer que Ele – e só Ele – é o nosso “Pão do Céu”, sem o Qual não podemos ter uma verdadeira Vida!
«Dai-lhes vós mesmos de comer» (Mc 6,37)
Perante as situações de fome no mundo de hoje, precisamos de escutar as palavras de Jesus aos Seus discípulos, à vista da multidão faminta que O seguia pelo deserto.
«A hora já ia muito adiantada, quando os discípulos se aproximaram e Lhe disseram: ‘0 sítio é deserto e a hora já vai adiantada. Manda-os embora para irem às herdades e aldeias comprar de comer’. Respondeu-lhes Jesus: ‘Dailhes vós mesmos de comer’» (Mc 6,35-37).
Perante as multidões famintas de hoje, a tentação dos homens e mulheres “piedosos” é “exigir” que Deus faça milagres, multiplique o pão e mate a fome aos famintos. Chegam mesmo a afirmar: “Se Deus existe, como permite que milhões de crianças morram de fome?!” Muitos até abandonam a Igreja “em protesto” contra um Deus aparentemente desumano, que dizem TodoPoderoso mas não “sabe” ou não “consegue” arranjar pão para todos os Seus filhos. A todos esses, como outrora aos Seus discípulos, Jesus diz: “Dai-lhes vós mesmos de comer!” Este espírito dos homens e mulheres do nosso tempo já foi encarnado pelo Tentador no deserto:
«’Se Tu és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se transformem em pão’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de
toda a Palavra que sai da boca de Deus’» (Mt 4,3-4; ver Lc 4,3-4; Dt 8,3).
Nestes dois textos, Jesus diz claramente que não veio para multiplicar o pão material nem para fazer milagres, substituindo os agricultores, os médicos ou os engenheiros. Veio, sim, para fazer um milagre muito maior: ensinar-nos a multiplicar o pão de cada dia. E este pão só pode ser multiplicado, se vivermos a palavra essencial que define o próprio Deus: a palavra “amor”. Porque só o amor multiplica o pão; só o amor vê no faminto um irmão e não um simples desempregado ou um “preguiçoso”; só o amor leva o empresário a criar mais empregos, superando interesses egoístas que o fazem acumular todos os lucros; só o amor abre os olhos do coração, o torna sensível e solidário perante as desigualdades e o move à partilha.
“Dai-lhes vós mesmos de comer!”, continua Jesus a dizer-nos ainda hoje.
A Maçonaria e o Simbolismo do Pão
O Simbolismo do pão na maçonaria segundo o Ir∴ José Marti (2008). A Natureza Física: água e pão. Estes elementos representam os elementos nutritivos, sólido e líquido, que são a alimentação base para subsistir. O pão
evoca o simbolismo do grão de trigo, nascido de uma espiga, que morre para renascer após ter passado pela prova da terra. O pão está relacionado com o conhecimento dos pequenos mistérios, enquanto o vinho com o conhecimento dos grandes mistérios. É o primeiro dos alimentos substanciais, sendo símbolo da vida. A água está colocada num recipiente junto a um pedaço de pão. Enquanto o pão simboliza o físico, a água é, neste contexto, o símbolo da alma, tão mutável como a forma do recipiente que a contem. Também é o emblema do alimento do espírito (com sal), da hospitalidade e (com a água) da frugalidade, existente na Iniciação para meditação do candidato a maçom. Indica-lhe a simplicidade que deverá nortear a sua vida futura.
A Pessach Judaica e a Maçonaria
Existem Altos Graus maçônicos, em que, ao final dos trabalhos, os presentes reunem-se em torno de uma mesa, onde o presidente — o principal dos convivas — distribui o pão e o vinho, de que todos se servem. Além disso, há um antigo costume, segundo o qual, em qualquer lugar do mundo em que se encontrem, esse obreiros — cavaleiros — devem se encontrar, na quinta-feira de Endoenças (do latim: indulgentias), ou “quinta-feira santa”, ou “quinta-feira da Paixão”, que ocorre três dias antes da Páscoa.
Esse hábito tem sua origem num rito tradicional judaico, incrementado pelos essênios: o kidush (da raiz kodesh = santo, sagrado), que também é a origem da eucaristia. O kidush era realizado na véspera de uma festa religiosa, ou na véspera do shabbat (sábado, o dia santificado), para realçar a santificação do dia. Por ocasião da Pêssach —Passagem, Páscoa, lembrando a saída do Egito — todavia, como a sexta-feira era dia de preparar os alimentos que seriam consumidos no sêder (jantar da Páscoa) e de queimar hametz (alimentos impuros, proibidos durante a Páscoa), o kidush era recuado para a quintafeira. Num kidush, o principal dos convivas de uma confraria (em hebraico:
shaburá) lançava as bênçãos sobre o pão e o vinho e os distribuía entre os demais (os shaberim , membros do shaburá). A chamada “última ceia” de Jesus, com os seus “shaberim”, foi um kidush, que precedeu a Pêssach , sendo realizado na quinta-feira.
Bibliografia consultada
CASTELLANI, J. A Maçonaria e sua Herança Hebraica ” Editora A Trolha – 1993. http://www.lojasmaconicas.com.br/jc_sinopses/sinopse/sip14.htm Acessado em 03 Agosto/2010. MARTI, J. Uma Síntese da Simbologia Maçónica. http://www.ocidente.eu/ img/simbologia_maconica.pdf Acessado em 03 Agosto/2010. MURIMA. Pão nosso. O símbolo do pão na bíblia. http://murima.blogspot.com/ 2003/05/po-nosso-o-smbolo-do-po-na-bblia-1.html. Acessado em 03 Agosto/2010. Simbologia Maçônica. http://www.sobrenatural.org/materia/detalhar/4070/ os_eua_e_a_relacao_secreta_com_a_maconaria/ Acessado em 03 Agosto/2010. WIKIPÉDIA. Pão. http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A3o#Ver_tamb.C3.A9m. Acessado em 03 Agosto/2010. WIKIPÉDIA. Pão ázimo. http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A3o_% C3%A1zimoAcessado em 03 Agosto/2010. T
Fonte: JB News