O Templo Maçônico é um espaço esotérico, formado pela união livre de maçons, os quais são considerados simbolicamente uma Pedra edificante. É o lugar onde se reúnem as Lojas ou trabalham os irmãos em Loja, cujo propósito simbólico é receber a Luz que os iluminará no aperfeiçoamento de si próprios e da humanidade.
No trabalho maçônico a adoção mística do Templo de Salomão é simbolicamente a imagem e representação do Universo e de todas as maravilhas e perfeições da criação. Ele não deve ser considerado nem na sua realidade histórica, nem na sua acepção religiosa mas apenas na sua significação de alcance magnífico: a do Templo ideal.
À semelhança da generalidade de construção dos Templos, a sua forma é a de um quadrilongo (simbolismo do mundo ideal), cujo comprimento vai do Oriente (nascimento aparente do Sol; em alusão ao Tabernáculo do povo de Israel em demanda pelo deserto; no Templo de Salomão é o lugar onde se encontrava o Santuário; pelo Oriente ser reconhecido pelos ocidentais como o manancial da Sabedoria), ao Ocidente (num Templo constitui a entrada vindo do lado obscuro para a luz; estabelece desta forma, por se crer na existência de outra corrente de forças, perpendicular a existente entre o Equador e os pólos), a largura do Meio Dia (hora simbólica do início dos trabalhos maçônicos), ao Setentrião (lado alegórico correspondendo à coluna do Norte) e a altura do Zênite ao Nadir (simbolicamente representam a energia ascendente e descendente que atravessa cada maçom). A orientação do Templo deve ser no sentido este – oeste, (ficam assim completas as dimensões simbólicas da Loja, e cujo significado representa a Maçonaria Universal). A entrada é estabelecida por duas colunas: – Booz e Jachim, que simbolicamente significam “Deus se estabelecerá em força”. Elas assinalam os limites do Mundo criado. Os limites entre o mundo profano e o iniciático. São a contradição dos extremos de um simbolismo que tende para um equilíbrio que jamais será conseguido. Elas representam permanentemente duas forças opostas, o Sol e a Lua, a imaginação que reveste as 10ças duma forma a vida e a morte, o mal e o bem, o calor e o frio, ou seja, o mundo dual. Resumidamente não se pode constituir uma coluna sem a outra.
Existem ainda outras duas colunas simbólicas: – a Coluna do Sul e a Coluna do Norte. Na primeira sentam-se os Companheiros (para ali receberem a instrução a cargo do 1.º Vig). Sentam neste lugar por terem recebido parte da luz, portanto não se encontram totalmente na escuridão) e na segunda os Aprendizes (iniciados nos Sagrados Mistérios da Maçonaria, ainda se encontram na escuridão, esta coluna é simbolicamente a menos iluminada, por tal motivo, é nela que os Aprendizes se sentam e recebem a sua instrução, a cargo do 2.º Vig, com o objetivo de progressivamente irem recebendo a Luz). Os Mestres e os Visitantes podem sentar-se em ambas as colunas, pois já receberam a Luz. Podem sentar-se no Oriente os Mestres, sempre que o Venerável o solicite.
Representando o Templo a imagem do Universo, as suas medidas não podem ser eqüitativamente definidas. A essência simbólica das Lojas é sustentada por três grandes pilares que são: 1º)- A Sabedoria personificada no Venerável. A ele cabe a responsabilidade de conduzir os propósitos espirituais da sua Loja; 2º)- A Força representada no 1.º Vigilante. Constitui simbolicamente o sustento de todas as nossas dificuldades; 3º)- A Beleza personificada no 2.º Vigilante. Confere a beleza interior que cada homem deve possuir. Estes devem situar-se em esquadro nos ângulos do quadrilongo, respectivamente. O Venerável no ângulo Oriente; o 1.º Vigilante no ângulo Ocidente / Setentrião e o 2.ª Vigilante no ângulo Ocidente / Meio Dia.
Deve considerar-se simbolicamente o Templo, como o local ideal onde cada maçom combate os seus vícios profanos. O Templo torna-se realização material da Loja em que cada sessão há uma consolidação espiritual dos IIr, à Glória do Grande Arquiteto do Universo. A Loja passa simbolicamente a representar um local de harmonia e simultaneamente um ponto de encontro entre o Céu e Terra. Nela se estabelece a harmonia entre a Razão Universal (como atributo divino), a Natureza (como dádiva divina), e o Homem Maçom (como interveniente). Todos os atributos divinos estão simbolicamente representados na Loja, sob a forma de ornamentos e utensílios.
Além da forma, extensão e orientação própria, a Loja deve conter os Ornamentos, dos quais fazem parte o Piso Mosaico (em clara alusão às diferenças, mas unidas por um mesmo cinzento, representando assim a união livre de todos os Maçons do globo. Pode dizer-se ainda que ele representa no Templo, a continuidade da dualidade estabelecida pelas Colunas Jachim e Booz, deduzindo-se daí, que ele constitui uma advertência ao Maçom, entre o Bem e o Mal, que são características inerentes à existência terrestre), a Estrela Flamejante ou Pentagrama.
Do Mobiliário fazem parte os Três Volumes da Ciência Sagrada (representando o ideal das condutas que cada Maçom deve possuir), o Esquadro (símbolo da Matéria) e o Compasso (símbolo do espírito). No 1.º Grau o Esquadro sobrepõe-se ao Compasso, é ainda o domínio da Matéria sobre o Espírito. Este domínio irá sendo sucessivamente contrariado até ao 3.º Grau, altura em que o Compasso se sobrepõe ao Esquadro e o Maçom se torna Mestre, atingindo o último grau da Maçonaria Azul (Lojas Simbólicas) ou de Iniciação. É o domínio do Espírito sobre a Matéria.
Existem também, as Jóias Móveis (porque passam de irmão para irmão de acordo com a sucessão dos cargos em Loja), respectivamente o Esquadro, (símbolo da Retidão), o Nível (símbolo da Moralidade e o Prumo (símbolo da Justiça) e as Jóias Imóveis, que integram o equipamento necessário à execução dos trabalhos em Loja. Elas são imóveis por se acharem permanentemente expostas, solicitando à reflexão na divina natureza, traduzidas simbolicamente no Quadro de Traçar, no qual o Venerável projeta a Oficina que tem de transformar a Pedra Bruta (é a imagem alegórica do profano antes de ser instruído nos mistérios maçônicos; simboliza ainda a mentalidade rude do Aprendiz, cujas arestas ele aplana e que lhe cabe disciplinar, educar e subordinar à sua vontade), tornando-a numa Pedra Cúbica (que representa simbolicamente o Mestre Maçom).
No Oriente por cima do Venerável, encontra-se o Delta Flamejante (simbolizando uma tripla força: Pólo positivo, Negativo e o efeito da sua união), o Sol (lado ativo) e a Lua (lado passivo), estes formam com o Venerável Mestre, as Três Luzes da Loja. Uma Loja fica Justa e Perfeita quando três a dirigem (Venerável Mestre, O 1.º e 2.º Vigilantes), cinco a iluminam (os anteriores mais o Orador e o Secretário) e sete a tornam justa e perfeita (podendo ser mais um Companheiro e um Aprendiz).
Fonte: JB News